CARTA 10 - PARA FRANCIS DANIEL
APOSENTADORIA DE CALVINO EM ANGOULEME
DOXOPOLIS [1534]
Sem ter nada em particular para escrever eu posso em qualquer momento bancar o fofoqueiro com você, e assim preencher uma carta. Ainda assim, porque eu deveria lançar sobre você minhas reclamações? A questão principal que, na minha opinião, é interessante o suficiente para ser comunicada a você neste momento é que eu estou bem, e levando em consideração a fraqueza do corpo e a enfermidade da qual você está ciente, também ainda estou fazendo alguns progressos no estudo. Com certeza, também, a bondade do meu patrono pode muito bem acelerar a inatividade do mais indolente indivíduo, pois é tal que compreendo claramente ser dada por causa das cartas. Por isso eu devo ainda mais empenhar-me e sinceramente esforçar-me para que eu não seja totalmente tomado pela pressão de tão generosa bondade, que de algum modo, constrange-me ao esforço. Embora, na verdade, se eu tivesse que tensionar cada nervo ao máximo, jamais conseguiria qualquer retorno adequado, ou até mesmo inadequado, tão grande é a quantidade de obrigações que eu teria que encarar. Este incentivo, portanto, deve manter-me continuamente consciente para cultivar aquelas motivações comuns do estudo, pois por causa dele um grande valor é colocado sobre de mim. Se fosse permitido desfrutar um repouso como este — a pausa, se estou a considerá-lo como meu exílio ou como minha aposentadoria, devo concluir que eu tenho sido favoravelmente bem cuidado. Mas o Senhor, por cuja providência tudo é antevisto, vai cuidar destas coisas. Eu aprendi por experiência própria que nós não podemos ver muito longe a nossa frente. Quando prometi a mim mesmo uma vida tranquila e fácil, o que eu menos esperava estava à mão; e, pelo contrário, quando pareceu-me que minha situação não podia ser tão amena, um ninho calmo foi construído para mim, além das minhas expectativas, e isso é a ação do Senhor, a quem, quando nos comprometemos, Ele mesmo cuida de nós. Mas eu já quase enchi minha página, parte com escrita, parte com a borrões. — Adeus, saúde a quem você desejar.
[Cópia latina — Biblioteca de Berna. Volume 450.]
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana Filadélfia em Marabá-PA, cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
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quinta-feira, 7 de abril de 2016
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Carta de João Calvino a Francis Daniel [1533]
CARTA 9 - A FRANCIS DANIEL
REFORMA EM PARIS – A FÚRIA DE SORBONNE - COMÉDIA SATÍRICA DIRIGIDA CONTRA A RAINHA DE NAVARRO - A INTERVENÇÃO DE FRANCIS I. DELIBERAÇÃO SOBRE AS QUATRO FACULDADES - REVOGAÇÃO DA CENSURA PRONUNCIADA CONTRA O LIVRO INTITULADO "O ESPELHO DA ALMA PECADORA."
PARIS, [Outubro] 1533.
Embora eu tenha do meu lado uma gama de materiais que fornecem provas mais que satisfatórias do que está escrito, conterei minha caneta, para que você possa ter os principais fatos ao invés de uma longa narrativa; que se fosse para eu escrever tudo, daria um volume considerável. Em primeiro de outubro, período do ano em que os meninos que passam da classe de gramática para dialética, como de costume, por questão de prática, fazem uma peça teatral, eles representaram uma no Ginásio de Navarro, o que foi extraordinariamente pungente com aspersão de fel e vinagre. Os personagens levados ao palco são – uma rainha, que, femininamente vestida, apareceu com um tear, e totalmente ocupada com a roca e a agulha; em seguida, a furiosa Megera apareceu, trazendo tochas acesas perto de si, e pronta para jogar fora a roca e a agulha. Por um momento ela ofereceu oposição e dificuldade, mas quando ela se rendeu, recebeu em suas mãos o evangelho, e imediatamente se esqueceu de todos os hábitos que tinha anteriormente cultivado, e quase até de si mesma. Por último, ela se torna tirânica, e persegue os inocentes e desafortunados usando todo tipo de crueldade. Muitos outros recursos foram introduzidos no mesmo estilo, a maioria indignamente, de fato, contra essa excelente mulher, a quem, indireta ou obscuramente, eles insultuosamente afrontaram com suas injúrias. Por alguns dias o caso foi suprimido. Depois, no entanto, como a verdade é filha do tempo, e todo o problema tendo sido relatado à rainha, pareceu a ela que isso poderia deixar um péssimo exemplo e incentivo à lascívia deles, que sempre se pasmam atrás de coisas novas, se fosse permitido que esta impertinência passasse impune.
O chefe da polícia com cem oficiais dirigiu-se ao ginásio, e por sua ordem, cercaram o edifício para que ninguém pudesse escapar. Ele então entrou com alguns de seus homens, mas não teve sucesso em encontrar o autor da peça teatral. Dizem que ele jamais esperava um procedimento assim, e por isso não fez qualquer provisão para o caso de acontecer; mas estando por acaso no quarto de um amigo, ouviu o barulho antes que pudessem vê-lo e então se escondeu até conseguir uma chance de fuga do flagrante. O chefe do comando da polícia capturou os artistas juvenis; o diretor do Ginásio, entretanto, resistiu a este procedimento; no meio da confusão, pedras foram jogadas por alguns dos rapazes. O chefe da polícia, no entanto, manteve seus prisioneiros em custódia e os obrigou a explicarem o que partes eles tinham encenado na peça. Quando o autor da confusão não podia mais ser preso, o próximo passo foi inquirir aqueles que, tendo o poder de impedir, haviam permitido o espetáculo, escondendo o caso todo por tanto tempo. Um que se destacou acima do restante em autoridade e nome, (por ser o grande mestre Lauret) percebeu que poderia ser preso de forma mais respeitosa na casa de um dos Comissários, (como eles os chamam.) Outro deles, Morinus, o segundo depois dele, recebeu ordens de permanecer em casa. Enquanto isso, o inquérito prosseguia. O que foi descoberto, eu não sei: ele agora está intimado a comparecer numa citação de três dias curtos, como eles agora chamam. Tanto por uma comédia.
Certos teólogos facciosos perpetraram outro feito igualmente maligno e talvez quase tão audacioso. Quando eles procuraram as lojas dos livreiros, entre os livros que eles trouxeram, eles apreenderam o livro que é chamado Le Miroir de L'Ame Pecheresse [O Espelho da Alma Pecadora], leitura que eles queriam proibir. Quando o Rainha foi informada disso, ela chamou o rei seu irmão e contou a ele que ela tinha escrito o livro. Através de cartas endereçadas aos mestres da Academia de Paris ele exigia que eles garantissem a ele se tinham examinado o livro, e se eles tinham o classificado entre aqueles de religião doentia; e que se o consideravam de tal modo, que eles explicassem as razões de sua opinião. Referindo-se a todo o processo, Nicolas Cop, o médico, no momento o reitor, relatou o caso para as quatro faculdades de artes, de medicina, de filosofia, de teologia e de lei canônica. Entre os mestres de artes a quem ele se dirigiu primeiro, ele se dedicou na exposição de discurso longo e amargo contra os doutores, por causa de seu comportamento impetuoso e arrogante com sua majestade a rainha. Ele os aconselhou a não interferirem de forma alguma em questões tão perigosas, se não quisessem incorrer no desagrado do rei, nem se colocarem contra a rainha, a mãe de todas as virtudes e de todo bom aprendizado. Por último, que eles não deviam tomar sobre si a culpa desta ofensa, para não encorajarem a presunção daqueles que estavam sempre prontos a entrar em situações encobertas com o pretexto que isso era o feito da Academia com a qual eles tinham se comprometido, sem que a Academia estivesse de modo algum ciente disso. Era a opinião de todos eles que o ato deveria ser desmentido.
Os teólogos, canonistas e médicos, eram todos da mesma opinião. O reitor informou o decreto de sua ordem; em seguida, o deão da Faculdade de Medicina; em terceiro lugar, o mestre de Direito Canônico; em quarto, a Faculdade de Teologia. Le Clerc, o sacerdote da paróquia de Santo André, teve a última palavra, sobre quem caiu toda a confusão, outros se afastando dele sumiram de vista. Em primeiro lugar ele elogiou, em expressão sublime, a retidão do Rei, a firmeza destemida com que até então tem se portado como um protetor da fé. Que havia intrometidos que se dedicavam em perverter essa excelente pessoa, que também estavam associados pela destruição da faculdade sagrada; que ele, no entanto, sustentava uma expectativa confiante de que eles não teriam sucesso em seus desejos e que, em oposição a tal firmeza que ele sabia que o rei possuía. Que como considerada a matéria em mãos, ele foi de fato nomeado pelo decreto da Academia ao cargo; que nada, no entanto, foi menos intentado por ele do que tentar algo contra a rainha, uma mulher tão adornada por conversa piedosa, bem como pela religião pura, em prova de que ele aduziu a reverência com o qual ela tinha observado o rito do funeral em memória de sua falecida mãe; que ele tomou como livros proibidos, ambas produções obscenas, — Pantagruel e a Floresta de Amores, e outros da mesmo cunho; que, nesse ínterim, ele tinha colocado de lado o livro em questão como digno de desconfiança, porque foi publicado sem a aprovação da faculdade, em fraude e contravenção do decreto, pelo qual foi proibido levar adiante qualquer coisa que dissesse respeito da fé sem o conselho e aprovação da faculdade; que, em uma palavra, esta foi sua defesa, que o que foi levado em questão tinha sido feito sob garantia e ordem da faculdade; que todos eram participantes na ofensa, se houvesse algum, embora eles possam negar isso. E tudo isto foi dito em francês, para que todos pudessem entender se ele falou a verdade; todos alegaram, no entanto, que ele se declarou este pretenso desconhecimento a título de desculpa. Estavam presentes também o Bispo de Senlis, L'Etoile, e um dos chefes do palácio. Quando Le Clerc terminou de falar, Parvi disse que ele tinha lido o livro, — que ele não tinha encontrado nada que exigisse expurgação a menos que ele tivesse esquecido sua teologia.
Finalmente, ele exigiu que fosse feito um decreto pelo qual eles pudessem satisfazer o Rei. Cop, o reitor, anunciou que a Academia não reconhecia essa censura em seus termos; que eles não aprovavam nem homologavam a censura pela qual o livro em questão foi classificado entre os livros proibidos ou suspeitos; que aqueles que a tinham feito deviam olhar para ela, sobre que bases estavam defendendo o processo; que cartas deveriam ser preparadas no devido tempo, por meio das quais a Academia pudesse se desculpar diante do rei, e também agradecer por ele ter tão gentilmente se dirigido a eles de forma paternal. O diploma real foi produzido, pelo qual a permissão foi concedida ao Bispo de Paris para nomear os pregadores que quisesse para as diferentes paróquias, onde eles tivessem sido escolhidos de antemão pela vontade dos paroquianos; a principal influência sendo apreciada por aqueles que eram mais resistentes e possuídos de um furor sem sentido, os quais consideravam zelo, tal como o de Elias, com o qual, no entanto, ele era zeloso pela casa de Deus. — Adeus.
[Autógrafo latino original — Biblioteca de Berna. Volume 141]
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
REFORMA EM PARIS – A FÚRIA DE SORBONNE - COMÉDIA SATÍRICA DIRIGIDA CONTRA A RAINHA DE NAVARRO - A INTERVENÇÃO DE FRANCIS I. DELIBERAÇÃO SOBRE AS QUATRO FACULDADES - REVOGAÇÃO DA CENSURA PRONUNCIADA CONTRA O LIVRO INTITULADO "O ESPELHO DA ALMA PECADORA."
PARIS, [Outubro] 1533.
Embora eu tenha do meu lado uma gama de materiais que fornecem provas mais que satisfatórias do que está escrito, conterei minha caneta, para que você possa ter os principais fatos ao invés de uma longa narrativa; que se fosse para eu escrever tudo, daria um volume considerável. Em primeiro de outubro, período do ano em que os meninos que passam da classe de gramática para dialética, como de costume, por questão de prática, fazem uma peça teatral, eles representaram uma no Ginásio de Navarro, o que foi extraordinariamente pungente com aspersão de fel e vinagre. Os personagens levados ao palco são – uma rainha, que, femininamente vestida, apareceu com um tear, e totalmente ocupada com a roca e a agulha; em seguida, a furiosa Megera apareceu, trazendo tochas acesas perto de si, e pronta para jogar fora a roca e a agulha. Por um momento ela ofereceu oposição e dificuldade, mas quando ela se rendeu, recebeu em suas mãos o evangelho, e imediatamente se esqueceu de todos os hábitos que tinha anteriormente cultivado, e quase até de si mesma. Por último, ela se torna tirânica, e persegue os inocentes e desafortunados usando todo tipo de crueldade. Muitos outros recursos foram introduzidos no mesmo estilo, a maioria indignamente, de fato, contra essa excelente mulher, a quem, indireta ou obscuramente, eles insultuosamente afrontaram com suas injúrias. Por alguns dias o caso foi suprimido. Depois, no entanto, como a verdade é filha do tempo, e todo o problema tendo sido relatado à rainha, pareceu a ela que isso poderia deixar um péssimo exemplo e incentivo à lascívia deles, que sempre se pasmam atrás de coisas novas, se fosse permitido que esta impertinência passasse impune.
O chefe da polícia com cem oficiais dirigiu-se ao ginásio, e por sua ordem, cercaram o edifício para que ninguém pudesse escapar. Ele então entrou com alguns de seus homens, mas não teve sucesso em encontrar o autor da peça teatral. Dizem que ele jamais esperava um procedimento assim, e por isso não fez qualquer provisão para o caso de acontecer; mas estando por acaso no quarto de um amigo, ouviu o barulho antes que pudessem vê-lo e então se escondeu até conseguir uma chance de fuga do flagrante. O chefe do comando da polícia capturou os artistas juvenis; o diretor do Ginásio, entretanto, resistiu a este procedimento; no meio da confusão, pedras foram jogadas por alguns dos rapazes. O chefe da polícia, no entanto, manteve seus prisioneiros em custódia e os obrigou a explicarem o que partes eles tinham encenado na peça. Quando o autor da confusão não podia mais ser preso, o próximo passo foi inquirir aqueles que, tendo o poder de impedir, haviam permitido o espetáculo, escondendo o caso todo por tanto tempo. Um que se destacou acima do restante em autoridade e nome, (por ser o grande mestre Lauret) percebeu que poderia ser preso de forma mais respeitosa na casa de um dos Comissários, (como eles os chamam.) Outro deles, Morinus, o segundo depois dele, recebeu ordens de permanecer em casa. Enquanto isso, o inquérito prosseguia. O que foi descoberto, eu não sei: ele agora está intimado a comparecer numa citação de três dias curtos, como eles agora chamam. Tanto por uma comédia.
Certos teólogos facciosos perpetraram outro feito igualmente maligno e talvez quase tão audacioso. Quando eles procuraram as lojas dos livreiros, entre os livros que eles trouxeram, eles apreenderam o livro que é chamado Le Miroir de L'Ame Pecheresse [O Espelho da Alma Pecadora], leitura que eles queriam proibir. Quando o Rainha foi informada disso, ela chamou o rei seu irmão e contou a ele que ela tinha escrito o livro. Através de cartas endereçadas aos mestres da Academia de Paris ele exigia que eles garantissem a ele se tinham examinado o livro, e se eles tinham o classificado entre aqueles de religião doentia; e que se o consideravam de tal modo, que eles explicassem as razões de sua opinião. Referindo-se a todo o processo, Nicolas Cop, o médico, no momento o reitor, relatou o caso para as quatro faculdades de artes, de medicina, de filosofia, de teologia e de lei canônica. Entre os mestres de artes a quem ele se dirigiu primeiro, ele se dedicou na exposição de discurso longo e amargo contra os doutores, por causa de seu comportamento impetuoso e arrogante com sua majestade a rainha. Ele os aconselhou a não interferirem de forma alguma em questões tão perigosas, se não quisessem incorrer no desagrado do rei, nem se colocarem contra a rainha, a mãe de todas as virtudes e de todo bom aprendizado. Por último, que eles não deviam tomar sobre si a culpa desta ofensa, para não encorajarem a presunção daqueles que estavam sempre prontos a entrar em situações encobertas com o pretexto que isso era o feito da Academia com a qual eles tinham se comprometido, sem que a Academia estivesse de modo algum ciente disso. Era a opinião de todos eles que o ato deveria ser desmentido.
Os teólogos, canonistas e médicos, eram todos da mesma opinião. O reitor informou o decreto de sua ordem; em seguida, o deão da Faculdade de Medicina; em terceiro lugar, o mestre de Direito Canônico; em quarto, a Faculdade de Teologia. Le Clerc, o sacerdote da paróquia de Santo André, teve a última palavra, sobre quem caiu toda a confusão, outros se afastando dele sumiram de vista. Em primeiro lugar ele elogiou, em expressão sublime, a retidão do Rei, a firmeza destemida com que até então tem se portado como um protetor da fé. Que havia intrometidos que se dedicavam em perverter essa excelente pessoa, que também estavam associados pela destruição da faculdade sagrada; que ele, no entanto, sustentava uma expectativa confiante de que eles não teriam sucesso em seus desejos e que, em oposição a tal firmeza que ele sabia que o rei possuía. Que como considerada a matéria em mãos, ele foi de fato nomeado pelo decreto da Academia ao cargo; que nada, no entanto, foi menos intentado por ele do que tentar algo contra a rainha, uma mulher tão adornada por conversa piedosa, bem como pela religião pura, em prova de que ele aduziu a reverência com o qual ela tinha observado o rito do funeral em memória de sua falecida mãe; que ele tomou como livros proibidos, ambas produções obscenas, — Pantagruel e a Floresta de Amores, e outros da mesmo cunho; que, nesse ínterim, ele tinha colocado de lado o livro em questão como digno de desconfiança, porque foi publicado sem a aprovação da faculdade, em fraude e contravenção do decreto, pelo qual foi proibido levar adiante qualquer coisa que dissesse respeito da fé sem o conselho e aprovação da faculdade; que, em uma palavra, esta foi sua defesa, que o que foi levado em questão tinha sido feito sob garantia e ordem da faculdade; que todos eram participantes na ofensa, se houvesse algum, embora eles possam negar isso. E tudo isto foi dito em francês, para que todos pudessem entender se ele falou a verdade; todos alegaram, no entanto, que ele se declarou este pretenso desconhecimento a título de desculpa. Estavam presentes também o Bispo de Senlis, L'Etoile, e um dos chefes do palácio. Quando Le Clerc terminou de falar, Parvi disse que ele tinha lido o livro, — que ele não tinha encontrado nada que exigisse expurgação a menos que ele tivesse esquecido sua teologia.
Finalmente, ele exigiu que fosse feito um decreto pelo qual eles pudessem satisfazer o Rei. Cop, o reitor, anunciou que a Academia não reconhecia essa censura em seus termos; que eles não aprovavam nem homologavam a censura pela qual o livro em questão foi classificado entre os livros proibidos ou suspeitos; que aqueles que a tinham feito deviam olhar para ela, sobre que bases estavam defendendo o processo; que cartas deveriam ser preparadas no devido tempo, por meio das quais a Academia pudesse se desculpar diante do rei, e também agradecer por ele ter tão gentilmente se dirigido a eles de forma paternal. O diploma real foi produzido, pelo qual a permissão foi concedida ao Bispo de Paris para nomear os pregadores que quisesse para as diferentes paróquias, onde eles tivessem sido escolhidos de antemão pela vontade dos paroquianos; a principal influência sendo apreciada por aqueles que eram mais resistentes e possuídos de um furor sem sentido, os quais consideravam zelo, tal como o de Elias, com o qual, no entanto, ele era zeloso pela casa de Deus. — Adeus.
[Autógrafo latino original — Biblioteca de Berna. Volume 141]
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Carta de João Calvino para Francis Daniel [1533]
CARTA 8 - COMUNICAÇÕES DIVERSAS - UM NOVO TRABALHO DESENVOLVIDO.
PARIS, 1533.
Eu te envio estas coletâneas dos últimos trabalhos, sob esta condição, que, de acordo com o melhor de sua fé e dever, elas circulem entre os amigos, a quem você também saudará respeitosamente por mim, exceto Framberg, a quem resolvi domar com meu silêncio, percebendo que não fui capaz de persuadi-lo com brandura, nem conseguir nada dele por admoestação.
Além disso, o pior de tudo, quando seu irmão veio para cá, ele nem sequer enviou uma única saudação através dele. Eu gostaria que você tomasse conta da demanda legal do Michael, se de alguma maneira ela possa ser executada; mas existe a necessidade do despacho. Por quem, se você fizer tudo que estiver ao seu alcance, te agradecerei como se você tivesse feito este favor a mim mesmo. Você fará o ofício de intérprete para as irmãs, para que você não desfrute sozinho de suas piadas. Eu te envio outro epítome da nossa Academia, ao qual eu resolvi adicionar como um apêndice o que teria sido terminado daqueles Comentários antigos, se o tempo tivesse permitido.
Adeus, meu irmão e amigo mais fiel, seu irmão,
Calvino.
Em nem preciso dizer que estes são tempos difíceis; eles falam por si.
Cuidado para não comunicar o epítome de forma descuidada.
NOTA:
[1] Numa cópia desta carta aparece o destinatário como sendo “Ao Monsieur meu irmão e bom amigo, Advogado em Orleans.” Veja in: Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin, vol. 4, p. 475.
[Autógrafo Original Latim. - Biblioteca de Berna. Volume 141, página 43.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, p. 41.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
PARIS, 1533.
Eu te envio estas coletâneas dos últimos trabalhos, sob esta condição, que, de acordo com o melhor de sua fé e dever, elas circulem entre os amigos, a quem você também saudará respeitosamente por mim, exceto Framberg, a quem resolvi domar com meu silêncio, percebendo que não fui capaz de persuadi-lo com brandura, nem conseguir nada dele por admoestação.
Além disso, o pior de tudo, quando seu irmão veio para cá, ele nem sequer enviou uma única saudação através dele. Eu gostaria que você tomasse conta da demanda legal do Michael, se de alguma maneira ela possa ser executada; mas existe a necessidade do despacho. Por quem, se você fizer tudo que estiver ao seu alcance, te agradecerei como se você tivesse feito este favor a mim mesmo. Você fará o ofício de intérprete para as irmãs, para que você não desfrute sozinho de suas piadas. Eu te envio outro epítome da nossa Academia, ao qual eu resolvi adicionar como um apêndice o que teria sido terminado daqueles Comentários antigos, se o tempo tivesse permitido.
Adeus, meu irmão e amigo mais fiel, seu irmão,
Calvino.
Em nem preciso dizer que estes são tempos difíceis; eles falam por si.
Cuidado para não comunicar o epítome de forma descuidada.
NOTA:
[1] Numa cópia desta carta aparece o destinatário como sendo “Ao Monsieur meu irmão e bom amigo, Advogado em Orleans.” Veja in: Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin, vol. 4, p. 475.
[Autógrafo Original Latim. - Biblioteca de Berna. Volume 141, página 43.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, p. 41.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Carta de João Calvino a Francis Daniel [1532]
CARTA 6 - CALVINO ENVIA CÓPIAS DO TRATADO "DE
CLEMENTIA" A VÁRIAS PESSOAS - PROCURA
POR RESIDÊNCIA EM PARIS.
PARIS, [1532]
Suas duas cartas que chegaram até mim tratam quase do mesmo assunto, e quase com as mesmas palavras. Atendi seu pedido acerca das Bíblias, cuja aquisição demandou mais necessidade de arrumar alguns problemas do que dinheiro. Quando eu empacotar minhas coisas eu vou colocá-las junto com a minha bagagem. O caso é daquele tipo que suponho poder ser adiado até aquele momento. Quanto ao resto, você tem que me ajudar por sua vez.
Os Livros de Sêneca sobre a Clemência estão finalmente impressos: eles são de meu próprio custo e trabalho.[1] O dinheiro que foi gasto deve ser agora recolhido de todas as mãos. Além disso, eu preciso cuidar que o meu crédito esteja seguro. Escreva-me assim que puder, e faça-me saber como foram recebidos, se com favor ou frieza, e tente também convencer Landrin a palestrar sobre eles. Eu envio uma cópia para você; você pode se responsabilizar pelos outros cinco, que devem ser encaminhados a Bourges para Le Roy, Pigney, Sucquet, Brosse, Baratier? Se Sucquet puder aceitá-lo com o propósito de palestrar, será de grande ajuda pra mim. Adeus.
Eu não tenho nada a escrever para Duchemin, visto que muitas vezes eu perguntei e ele não enviou-me nenhuma resposta, nem me propus a minha viagem até que ele escreva. O que importa se por alguns dias eu tiver que tremer de frio, até encontrar uma hospedaria onde repousar o corpo! Quanto a Coiffart, o que mais posso dizer, exceto que ele é um sujeito egoísta? – Mais uma vez, adeus.
Lembranças a sua mãe e a sua tia.
[Cópia Latina — Biblioteca de Berna. Volume 450.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, p. 38.
Tradução em 25 de Maio de 2014.
NOTAS:
[1] Este é o livro com o título de L. Annaei Senecae Libri 2, de Clementia, ad Nero Caesarem, Commentariis Illustrati. Publicado em Paris, 1532. Calvino dedicou esta obra ao seu colega de estudos Claude de Hangest, membro da ilustre família de Mornmot, que se tornou become o Abade de St. Eloy em Nyon. A epístola de dedicatória é datada de Paris, em 4 de Abril de 1532. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
CLEMENTIA" A VÁRIAS PESSOAS - PROCURA
POR RESIDÊNCIA EM PARIS.
PARIS, [1532]
Suas duas cartas que chegaram até mim tratam quase do mesmo assunto, e quase com as mesmas palavras. Atendi seu pedido acerca das Bíblias, cuja aquisição demandou mais necessidade de arrumar alguns problemas do que dinheiro. Quando eu empacotar minhas coisas eu vou colocá-las junto com a minha bagagem. O caso é daquele tipo que suponho poder ser adiado até aquele momento. Quanto ao resto, você tem que me ajudar por sua vez.
Os Livros de Sêneca sobre a Clemência estão finalmente impressos: eles são de meu próprio custo e trabalho.[1] O dinheiro que foi gasto deve ser agora recolhido de todas as mãos. Além disso, eu preciso cuidar que o meu crédito esteja seguro. Escreva-me assim que puder, e faça-me saber como foram recebidos, se com favor ou frieza, e tente também convencer Landrin a palestrar sobre eles. Eu envio uma cópia para você; você pode se responsabilizar pelos outros cinco, que devem ser encaminhados a Bourges para Le Roy, Pigney, Sucquet, Brosse, Baratier? Se Sucquet puder aceitá-lo com o propósito de palestrar, será de grande ajuda pra mim. Adeus.
Eu não tenho nada a escrever para Duchemin, visto que muitas vezes eu perguntei e ele não enviou-me nenhuma resposta, nem me propus a minha viagem até que ele escreva. O que importa se por alguns dias eu tiver que tremer de frio, até encontrar uma hospedaria onde repousar o corpo! Quanto a Coiffart, o que mais posso dizer, exceto que ele é um sujeito egoísta? – Mais uma vez, adeus.
Lembranças a sua mãe e a sua tia.
[Cópia Latina — Biblioteca de Berna. Volume 450.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, p. 38.
Tradução em 25 de Maio de 2014.
NOTAS:
[1] Este é o livro com o título de L. Annaei Senecae Libri 2, de Clementia, ad Nero Caesarem, Commentariis Illustrati. Publicado em Paris, 1532. Calvino dedicou esta obra ao seu colega de estudos Claude de Hangest, membro da ilustre família de Mornmot, que se tornou become o Abade de St. Eloy em Nyon. A epístola de dedicatória é datada de Paris, em 4 de Abril de 1532. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
sábado, 10 de maio de 2014
Carta de João Calvino à Francis Daniel [1530]
CARTA 4 - PARA FRANCIS DANIEL
INTELIGÊNCIA DOMÉSTICA — PARTIDA PARA A ITÁLIA DO
IRMÃO DE FRANCIS DANIEL.
DE ACRÓPOLES, 15 de janeiro de 1530[1]
Não estava em meu poder responder mais cedo à carta do seu irmão Robert, porque só foi entregue a mim por volta de meados de novembro, e pouco depois tive que empreender uma viagem de duas semanas. A doença do mensageiro, o qual caiu de cama por doze dias com uma perigosa queixa em Lyons, dificultou que a carta chegasse a mim mais cedo.
Enquanto isso, o tempo certo tinha passado; com o passar da estação, e eu não tive oportunidade de despachar uma carta. Em relação ao seu irmão, o problema é o seguinte: — eu procurei, de todas as formas, induzi-lo a permanecer conosco. Quando eu verifiquei que ele tinha precipitadamente e sem qualquer razão suficiente desistido disto, ou resolvido contra isto, pensei que devia convencê-lo a retornar para casa; e como ele às vezes tinha dito que qualquer tentativa deste tipo seria em vão, eu pensei melhor, para o momento, em ceder, até que o calor tivesse diminuido alguns graus. Quando me pareceu que ele tinha de alguma maneira caido em si, de repente, enquanto este passo jamais tenha por minha mente, ele fugiu para a Itália. Eu estava esperando por ele e seu colega para o jantar, porque aquele tempo tinha sido combinado para tocarmos no assunto. Eles não apareceram. Quando durante todo o dia, eles não apareceram, comecei a suspeitar nem sei o que. Numa consulta à Pousada, foi trazida uma mensaagem de volta de que ele já tinha ido embora. Peter, a quem você conheceu, e que tinha acompanhado eles por uma milha ou mais, voltou para casa cerca de 4 horas. Portanto, se algo aconteceu contrário à sua vontade e dos seus parentes, você não deve me culpar, porque fiz o máximo para que ele não pudesse se afastar mais de você, contra sua vontade.
Adeus; dê lembranças a todos. Que o Senhor guarde todos vocês, especialmente sua família.
Você pode assumir a responsabilidade de entregar a carta para minha irmã Mary Du Marais?
[Cópia Latina. — Biblioteca de Berna. Volume 450.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, pp. 35-36.
NOTAS:
[1] Acrópolis que é Paris.
Tradução em 5 de Maio de 2014.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
INTELIGÊNCIA DOMÉSTICA — PARTIDA PARA A ITÁLIA DO
IRMÃO DE FRANCIS DANIEL.
DE ACRÓPOLES, 15 de janeiro de 1530[1]
Não estava em meu poder responder mais cedo à carta do seu irmão Robert, porque só foi entregue a mim por volta de meados de novembro, e pouco depois tive que empreender uma viagem de duas semanas. A doença do mensageiro, o qual caiu de cama por doze dias com uma perigosa queixa em Lyons, dificultou que a carta chegasse a mim mais cedo.
Enquanto isso, o tempo certo tinha passado; com o passar da estação, e eu não tive oportunidade de despachar uma carta. Em relação ao seu irmão, o problema é o seguinte: — eu procurei, de todas as formas, induzi-lo a permanecer conosco. Quando eu verifiquei que ele tinha precipitadamente e sem qualquer razão suficiente desistido disto, ou resolvido contra isto, pensei que devia convencê-lo a retornar para casa; e como ele às vezes tinha dito que qualquer tentativa deste tipo seria em vão, eu pensei melhor, para o momento, em ceder, até que o calor tivesse diminuido alguns graus. Quando me pareceu que ele tinha de alguma maneira caido em si, de repente, enquanto este passo jamais tenha por minha mente, ele fugiu para a Itália. Eu estava esperando por ele e seu colega para o jantar, porque aquele tempo tinha sido combinado para tocarmos no assunto. Eles não apareceram. Quando durante todo o dia, eles não apareceram, comecei a suspeitar nem sei o que. Numa consulta à Pousada, foi trazida uma mensaagem de volta de que ele já tinha ido embora. Peter, a quem você conheceu, e que tinha acompanhado eles por uma milha ou mais, voltou para casa cerca de 4 horas. Portanto, se algo aconteceu contrário à sua vontade e dos seus parentes, você não deve me culpar, porque fiz o máximo para que ele não pudesse se afastar mais de você, contra sua vontade.
Adeus; dê lembranças a todos. Que o Senhor guarde todos vocês, especialmente sua família.
Você pode assumir a responsabilidade de entregar a carta para minha irmã Mary Du Marais?
[Cópia Latina. — Biblioteca de Berna. Volume 450.]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, pp. 35-36.
NOTAS:
[1] Acrópolis que é Paris.
Tradução em 5 de Maio de 2014.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
sexta-feira, 25 de abril de 2014
Carta de João Calvino a Francis Daniel [1529]
CARTA 3 - PARA FRANCIS DANIEL
AGRADECIMENTOS A FRANCIS DANIEL — SAUDAÇÕES A MELCHIOR WOLMAR — VÁRIAS MENSAGENS
MEAUX, 6 de Setembro de 1529
Devo-te agradecimentos por não ter poupado esforços para cuidar de nossos assuntos, o que não deixarei passar despercebido quando tiver oportunidade. Pois penso que o que vai acontecer é que pelo menos eu possa ser capaz de pagar um favor como este, e não somente que o meu nome seja retirado do seu diário contábil; e mais que isso, que seja difícil encontrar uma única página que conste meu nome como seu devedor. Mas se você acha que eu valho dinheiro, faço de mim mesmo o pagamento, com a costumeira condição legal, de que tudo que é meu siga junto com a aquisição. Você precisa compreender, além disso, que foi a brecha aberta para a nossa descarada solicitação, enquanto você deu sua ajuda pronta e pontual, para que deste modo possamos ser no futuro nada mais que negociadores sem nada do que envergonhar, esquecendo se somos ou não capazes de quitar nossos débitos, para que você não conceda benefícios dos quais você poderá transformar em ganho, mas conceda gratuitamente seus favores. Nesse interim, no entanto, vou tomar o cuidado de que a adega esteja bem guarnecida de vinho, se eu vir que isso será de vantagem para nós, para que você não venha a supor que alguma coisa tenha sido realizada de última hora. Talvez, de uma forma indireta, pareça que eu esteja pedindo dinheiro, mas não me interprete indelicadamente ou me censure indiretamente, a menos que, como você está acostumado, seja em tom de brincadeira. Você se mostrou viril ao se comportar com tanta firmeza com o indolente Maecenas; uma vez que ele não pode no momento adequar seus modos a nós, deixe-o ser o seu recompensador e, inflado e pomposo, deixe-o cuidar de suas próprias ambições. Eu invejo Fusius, o astrólogo. Devolvo seu livro de mapas, que, com Lampridius, podemos marcar o itinerário, e no grego hodoiporiken,[1] eu não acrescento agradecimentos, porque palavras não podem fazer jus ao seu mérito. Você pode dar minhas lembranças a Melchior[2] se ele ainda estiver com você, para Sucquet e Pigney, e também ao nosso amigo Curterius? Pode dizer ao Sucquet, que eu tenho ocasião para usar a Odisséia de Homero que eu o havia emprestado? E quando você o tiver em mãos, mantenha-o em sua posse, a menos que de fato Ronsart que costumava te levar minhas cartas, a quem eu tinha confiado esta responsabilidade, tenha feito antes. - Adeus, meu querido amigo, meu distinto.
[Cópia Latina - Biblioteca de Berna. Volume 450]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, pp. 33-34.
Tradução em 25 de Abril de 2014.
NOTAS:
[1] A palavra grega citada por Calvino significa "viagem".
[2] Melchior Wolmar foi professor de grego de Calvino na Universidade de Bourges e o preceptor de Theodore Beza. Ele foi convidado pelo Duque de Wurtemberg para a Docência de Direito na Universidade de Tubingen. Em 1561 morreu retirado em Eisenach. Calvino dedicou-lhe em 1 Agosto de 1546 o seu Comentário da Segunda Epístola aos Corintos. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
AGRADECIMENTOS A FRANCIS DANIEL — SAUDAÇÕES A MELCHIOR WOLMAR — VÁRIAS MENSAGENS
MEAUX, 6 de Setembro de 1529
Devo-te agradecimentos por não ter poupado esforços para cuidar de nossos assuntos, o que não deixarei passar despercebido quando tiver oportunidade. Pois penso que o que vai acontecer é que pelo menos eu possa ser capaz de pagar um favor como este, e não somente que o meu nome seja retirado do seu diário contábil; e mais que isso, que seja difícil encontrar uma única página que conste meu nome como seu devedor. Mas se você acha que eu valho dinheiro, faço de mim mesmo o pagamento, com a costumeira condição legal, de que tudo que é meu siga junto com a aquisição. Você precisa compreender, além disso, que foi a brecha aberta para a nossa descarada solicitação, enquanto você deu sua ajuda pronta e pontual, para que deste modo possamos ser no futuro nada mais que negociadores sem nada do que envergonhar, esquecendo se somos ou não capazes de quitar nossos débitos, para que você não conceda benefícios dos quais você poderá transformar em ganho, mas conceda gratuitamente seus favores. Nesse interim, no entanto, vou tomar o cuidado de que a adega esteja bem guarnecida de vinho, se eu vir que isso será de vantagem para nós, para que você não venha a supor que alguma coisa tenha sido realizada de última hora. Talvez, de uma forma indireta, pareça que eu esteja pedindo dinheiro, mas não me interprete indelicadamente ou me censure indiretamente, a menos que, como você está acostumado, seja em tom de brincadeira. Você se mostrou viril ao se comportar com tanta firmeza com o indolente Maecenas; uma vez que ele não pode no momento adequar seus modos a nós, deixe-o ser o seu recompensador e, inflado e pomposo, deixe-o cuidar de suas próprias ambições. Eu invejo Fusius, o astrólogo. Devolvo seu livro de mapas, que, com Lampridius, podemos marcar o itinerário, e no grego hodoiporiken,[1] eu não acrescento agradecimentos, porque palavras não podem fazer jus ao seu mérito. Você pode dar minhas lembranças a Melchior[2] se ele ainda estiver com você, para Sucquet e Pigney, e também ao nosso amigo Curterius? Pode dizer ao Sucquet, que eu tenho ocasião para usar a Odisséia de Homero que eu o havia emprestado? E quando você o tiver em mãos, mantenha-o em sua posse, a menos que de fato Ronsart que costumava te levar minhas cartas, a quem eu tinha confiado esta responsabilidade, tenha feito antes. - Adeus, meu querido amigo, meu distinto.
[Cópia Latina - Biblioteca de Berna. Volume 450]
Extraído de Letters 1528-1545 - Selected Works of John Calvin (Albany, Ages Software, 1998), vol. 4, pp. 33-34.
Tradução em 25 de Abril de 2014.
NOTAS:
[1] A palavra grega citada por Calvino significa "viagem".
[2] Melchior Wolmar foi professor de grego de Calvino na Universidade de Bourges e o preceptor de Theodore Beza. Ele foi convidado pelo Duque de Wurtemberg para a Docência de Direito na Universidade de Tubingen. Em 1561 morreu retirado em Eisenach. Calvino dedicou-lhe em 1 Agosto de 1546 o seu Comentário da Segunda Epístola aos Corintos. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Tradutor: Rev. Antônio dos Passos Pereira Amaral, ministro presbiteriano, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Lagoa Santa; professor de teologia e hermenêutica na Escola Bíblica Central do Brasil/Lagoa Santa-MG; Bacharel em Teologia e Missiologia pela Escola Superior de Teologia e Estudos Transculturais/Montes Claros-MG (2003), Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie/São Paulo-SP (2013), cursando Mestrado (MDiv) em Teologia Histórica pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper/SP.
Revisado por Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática no SPBC-RO
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