(I)
1. O pecado resultante do primeiro pecado é tanto original como atual.
2. Pecado original é um mal inato de toda humanidade, enxertada em todos que descendem de Adão, por causa da culpa [reatus] do primeiro pecado, pelo qual a liberdade para o bem foi completamente perdida [penitus] e a emergência de uma inclinação para fazer o mal.
PROPOSIÇÕES
I. Na Escritura este pecado é chamado o pecado par excellence, e também “o corpo do pecado” (Rm 6:6), “pecado ... tornando pecaminoso” (Rm 7:13), “pecado que habita” (Rm 7:17), “a lei dos membros” (Rm 7:23), “o velho homem” (Rm 6:6), e “a carne” (Jo 3:6; Gl 5:17).
II. Ele também é chamado de concupiscência. Rm 7:7: “eu poderia não ter conhecido a concupiscência, se a lei não tivesse dito: ‘não cobiçarás’”.
III. Os papistas estão errados quando removem a concupiscência da lista dos pecados, e adicionam-na as obras de Deus. Pelo nome de concupiscência pode significar outra faculdade natural de desejo, que esteve no homem antes da queda, ou o mal aderindo a esta faculdade, que está ali pelo seu primeiro ato, e pelo qual ela está inclinada para o mal.
IV. A causa aproximada do pecado original é a culpa [reatus] do primeiro pecado, com respeito a ele é justa a punição infligida por Deus, e de fato, parte da morte que Deus advertiu ao homem.
V. Embora a alma humana é soprada [na pessoa] diretamente por Deus, entretanto, desde o primeiro momento estando unido ao corpo, ela é culpada do primeiro pecado, que é imputado a toda raça humana, e por isso é corrompida por aquela pecaminosidade.
VI. O fato dela ser praticada de forma voluntária e consciente, não impede que o pecado original seja pecado. Certo de que a vontade esteja completamente ausente, no entanto, que a ilegalidade esteja em nossa natureza é suficiente [para cometermos pecado].
VII. Nenhum ser humano, nem mesmo a virgem Maria, está livre do pecado original (somente Cristo foi exceção), nem afeta as crianças meramente, mas também aqueles que ainda não nasceram, e ele cresce, como a ganância nos descendentes dos lobos. Sl 51:5 “porque em pecado me concebeu minha mãe”. 2 Co 5:21 “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós”.
VIII. O pecado original consiste não somente na inabilidade para fazer o bem, mas também de uma tendência [proclivitas] para o mal; não é uma mera perda do bem que foi recebido originalmente, mas também a adição do mal correspondente.
IX. Por causa do pecado original a bondade natural é corrompida, e a bondade sobrenatural está completamente [penitus] perdida.
X. Entretanto, subsiste o intelecto, mas ele está confuso; e a vontade que perdeu a sua retidão; e os desejos inferiores que estão totalmente corrompidos.
XI. O homem não redimido mesmo em assuntos naturais e civis é capaz de fazer o bem apenas por graça especial.
XII. Sem esta graça especial de Deus, nada significante é realizado pelos pagãos [gentiles].
XIII. Tudo o que eles são capazes de realizar está tão misturado com multiforme futilidade, que as suas maiores virtudes são simplesmente esplêndidos pecados [splendida peccata] diante de Deus.
XIV. Boas obras não são apenas ações que são boas em si mesmas, mas ações que são realizadas pelos motivos corretos. A frase “boas obras” podem ser usadas em sentido unívoco e equívoco. Ela é usada em sentido unívoco quando as ações são boas simplesmente com respeito a todas as circunstâncias, mas ela é equivocadamente quando as ações são boas em si mesmas, mas corrompidas em relação ao objeto, ou sujeito, ou meios, ou ainda o propósito. Se examinar-se do propósito das ações dos pagãos, será evidente que eles são preocupados com a sua própria glória, e não com a que pertence a Deus.
XV. Embora as paixões dos réprobos são restringidas por Deus como um freio, eles não fazem tudo o que são capazes.
XVI. Os dons sobrenaturais, chamados de iluminação do intelecto, retidão da vontade e a conformidade da paixão da razão, estão completamente perdidos.
XVII. Assim, em assuntos espirituais, o homem em si não possui nenhum princípio de conhecimento ou ação, nem um sólido fato ou possibilidade.
XVIII. Embora há quem atribua aos não redimidos algum livre arbítrio, ou outros poderes pelos quais poderiam fazer o bem, ou preparar-se para a conversão e a graça de Deus, estão buscando uma casa em cinzas. Este é o erro dos pelagianos e dos semipelagianos.
XIX. A vontade permanece livre da coerção, mas não livre de escolher entre o bem e o mal.
XX. A vontade se tornou tão má [factum est ad malum] que ela seria melhor descrita como escrava do que como livre. No que diz respeito ao intelecto “o homem natural não pode entender as coisas concernentes ao Espírito de Deus” (1 Co 2:14). Bem como a vontade “a imaginação do coração do homem é má” (Gn 8:21). E por fim, a Escritura declara que o homem perdeu completamente a vida espiritual, estando “morto em pecado” (Ef 2:1).
XXI. Quando este pecado é perdoado aos pais piedosos, de modo algum é repassado por geração aos seus filhos.
Pois a mancha não está completamente retirada pelo perdão, apesar da culpa ser removida. O dom da fé não é dado pela geração, mas pela regeneração, assim o homem gera um homem não como regenerado, mas simplesmente como um homem, do mesmo modo que uma semente limpa das arestas, palha e casca, ainda produzirá quando crescer.
Tradução de Rev. Ewerton B. Tokashiki
Extraído de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics: seventeenth-century Reformed Theology through the Writings of Wollebius, Voetius, and Turretin(Grand Rapids, Baker Books, 1977), pp. 69-71.
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
sexta-feira, 1 de abril de 2016
O governo de Deus sobre os homens no estado de inocência
(1)
1. Tal é o governo de Deus sobre os anjos. O seu governo sobre os seres humanos é evidente no estado de inocência e mistério, e finalmente no estado de glória e graça.
2. O seu governo sobre os homens num estado de inocência consistiu de dar um pacto das obras para eles, pelo qual, sob a condição de obediência, ele prometeu felicidade eterna, e advertiu a desobediência com morte.
I. O pacto de Deus com o homem é duplo, tanto um pacto de obras como de graça:[1] o primeiro antes da queda e o segundo após ela.
II. O pacto das obras foi confirmado por um duplo sacramento: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal, e ambas estavam localizadas no centro do paraíso.
III. O seu propósito era duplo: (1) que a obediência do homem pudesse ser posta à prova, através de comer ou abstendo-se delas; (2) que o primeiro pudesse significar felicidade eterna se eles obedecessem, e o segundo, a perda do sumo bem e a vinda de um mal maior se eles que desobedecessem.
IV. Embora a árvore da vida é assim chamada por seu significado sacramental, não porque estivesse nela o poder de conceder a vida.
V. Semelhantemente, a árvore do conhecimento do bem e do mal tinha o seu nome porque ela significa o mais alto bem e mal, e por causa do evento associado a ela. Por meio dela o homem aprendeu como o bem se perdeu, e que mal lhe sobreveio.
VI. A felicidade do homem, enquanto sem pecado, descansava principalmente na imagem de Deus.
VII. O assunto da divina imagem é primariamente a alma, e secundariamente o corpo, de modo que a alma se expressa por meio do corpo.
VIII. Os dons da imagem de Deus foram parcialmente naturais e parcialmente sobrenaturais.
IX. Os dons naturais eram: a substância simples e invisível da alma e as suas faculdades, intelecto e vontade.
X. Os dons sobrenaturais eram: clareza de intelecto, liberdade e retidão da vontade, conformidade [com a razão] sobre a parte da pessoa completa [homo] e domínio sobre as criaturas inferiores.
XI. O intelecto do primeiro homem era tão claro que ele conhecia todas as verdades naturais [naturalia] que poderiam ser conhecidas por meios da auto-evidência dos primeiros princípios. Adão provê uma excelente ilustração desta espécie de conhecimento quando ele nomeia a todas as criaturas de acordo com a sua natureza (Gn 2:20).
XII. O livre arbítrio [no estado de inocência] era indiferente quanto ao bem e mal, de modo que o homem poderia permanecer no estado sem pecado, se ele assim decidisse; ele recebeu a habilidade de agir conforme ele quisesse, mas não decidiu de acordo com esta possibilidade [accipit posse, si vellet, non autem vele ut posset]. O livre arbítrio tem quatro modos, porque o estado do homem se desdobra em quatro momentos.[2] No primeiro homem a vontade era livre para o bem e o mal. No homem caído era livre somente para o mal. No homem regenerado, ou homem em estado de graça, a vontade é livre do mal e para o bem, pela graça de Deus, mas imperfeitamente. No estado de glória ela será perfeitamente livre do mal e para o bem. No estado de inocência o homem era capaz de não pecar [posse non peccare]. No estado de miséria ele não poderia fazer outra coisa senão pecar. No estado de graça o pecado não pode governar o homem. No estado de glória ele será plenamente incapaz para pecar.[3]
XIII. Os apetites inferiores e todas as paixões estavam em harmonia com a razão.
XIV. O primeiro homem era imortal.
XV. O senhorio original do homem sobre as criaturas inferiores não somente era completo, como também era tranquila e pacífica em seu uso.
XVI. Que o labor que era tarefa de Adão, em cuidar e cultivar o jardim, não era por pesar, mas era com muita satisfação.
NOTAS:
[1] Sobre a história deste conceito veja Gottlob Schrenk, Gottesreich u. Bund in ältern Protestantismus (Gütersloh, 1923). Tanto Cocceius como os Padrões de Westminster organizam a teologia sobre este princípio. A escola de Saumur diverge do pensamento da teologia reformada dos três pactos, um “legal” sendo interposto entre os dois aceitos. Nota de John W. Beardslee III.
[2] Aqui Wollebius claramente segue a interpretação de agostiniana do livre arbítrio. Ele ensinava que os quatro estágios da libertas naturae [liberdade da natureza], Richard A. Muller explica que “a liberdade que é própria de um ser dada a sua natureza particular”. Os quatro estados da libertas naturae são: 1) libertas Adami [liberdade de Adão]: “antes da queda - isto é a capacidade ou poder para não pecar”. 2) libertas peccatorum [liberdade de pecadores]: “uma liberdade que é própria e restrita aos limites da natureza caída e é, portanto, uma incapacidade absoluta de fazer o bem, ou para agir para o bem, sendo o pecador incapaz de não pecar”. 3) libertas fidelium [liberdade dos fiéis]: “a liberdade daqueles que são regenerados pelo Espírito Santo, que é próprio da natureza regenerada e, é caracterizada pela capacidade para o pecado e para fazer o bem”. 4) libertas gloriae [liberdade de glória]: “uma liberdade adequada à natureza redimida integralmente, que, como residentes do reino do céu estão agora caracterizados pela incapacidade para o pecado”. Em outras palavras, os quatro estados do homem em relação ao pecado enumerados por Agostinho de Hipona são: 1) no estado antes da queda, o homem era capaz de não pecar (posse non peccare); 2) após a queda, ele é incapaz de não pecar (non posse non peccare); 3) sendo regenerado ele se torna capaz de não pecar (non posse peccare); e 4) no estado de glorificação ele será incapaz de pecar (peccare non posse). Veja Richard A. Muller, Dictionary of Latin and Greek Theological Terms, p. 176. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
[3] Thomas Boston escreveu o livro The Nature Human on Fourfould State (The Banner of Truth), que se tornou obra de referência sobre o assunto entre os puritanos. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Traduzido de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics: seventeenth-century Reformed Theology through the Writings of Wollebius, Voetius, and Turretin(Grand Rapids, Baker Books, 1977), pp.64-66.
1. Tal é o governo de Deus sobre os anjos. O seu governo sobre os seres humanos é evidente no estado de inocência e mistério, e finalmente no estado de glória e graça.
2. O seu governo sobre os homens num estado de inocência consistiu de dar um pacto das obras para eles, pelo qual, sob a condição de obediência, ele prometeu felicidade eterna, e advertiu a desobediência com morte.
I. O pacto de Deus com o homem é duplo, tanto um pacto de obras como de graça:[1] o primeiro antes da queda e o segundo após ela.
II. O pacto das obras foi confirmado por um duplo sacramento: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal, e ambas estavam localizadas no centro do paraíso.
III. O seu propósito era duplo: (1) que a obediência do homem pudesse ser posta à prova, através de comer ou abstendo-se delas; (2) que o primeiro pudesse significar felicidade eterna se eles obedecessem, e o segundo, a perda do sumo bem e a vinda de um mal maior se eles que desobedecessem.
IV. Embora a árvore da vida é assim chamada por seu significado sacramental, não porque estivesse nela o poder de conceder a vida.
V. Semelhantemente, a árvore do conhecimento do bem e do mal tinha o seu nome porque ela significa o mais alto bem e mal, e por causa do evento associado a ela. Por meio dela o homem aprendeu como o bem se perdeu, e que mal lhe sobreveio.
VI. A felicidade do homem, enquanto sem pecado, descansava principalmente na imagem de Deus.
VII. O assunto da divina imagem é primariamente a alma, e secundariamente o corpo, de modo que a alma se expressa por meio do corpo.
VIII. Os dons da imagem de Deus foram parcialmente naturais e parcialmente sobrenaturais.
IX. Os dons naturais eram: a substância simples e invisível da alma e as suas faculdades, intelecto e vontade.
X. Os dons sobrenaturais eram: clareza de intelecto, liberdade e retidão da vontade, conformidade [com a razão] sobre a parte da pessoa completa [homo] e domínio sobre as criaturas inferiores.
XI. O intelecto do primeiro homem era tão claro que ele conhecia todas as verdades naturais [naturalia] que poderiam ser conhecidas por meios da auto-evidência dos primeiros princípios. Adão provê uma excelente ilustração desta espécie de conhecimento quando ele nomeia a todas as criaturas de acordo com a sua natureza (Gn 2:20).
XII. O livre arbítrio [no estado de inocência] era indiferente quanto ao bem e mal, de modo que o homem poderia permanecer no estado sem pecado, se ele assim decidisse; ele recebeu a habilidade de agir conforme ele quisesse, mas não decidiu de acordo com esta possibilidade [accipit posse, si vellet, non autem vele ut posset]. O livre arbítrio tem quatro modos, porque o estado do homem se desdobra em quatro momentos.[2] No primeiro homem a vontade era livre para o bem e o mal. No homem caído era livre somente para o mal. No homem regenerado, ou homem em estado de graça, a vontade é livre do mal e para o bem, pela graça de Deus, mas imperfeitamente. No estado de glória ela será perfeitamente livre do mal e para o bem. No estado de inocência o homem era capaz de não pecar [posse non peccare]. No estado de miséria ele não poderia fazer outra coisa senão pecar. No estado de graça o pecado não pode governar o homem. No estado de glória ele será plenamente incapaz para pecar.[3]
XIII. Os apetites inferiores e todas as paixões estavam em harmonia com a razão.
XIV. O primeiro homem era imortal.
XV. O senhorio original do homem sobre as criaturas inferiores não somente era completo, como também era tranquila e pacífica em seu uso.
XVI. Que o labor que era tarefa de Adão, em cuidar e cultivar o jardim, não era por pesar, mas era com muita satisfação.
NOTAS:
[1] Sobre a história deste conceito veja Gottlob Schrenk, Gottesreich u. Bund in ältern Protestantismus (Gütersloh, 1923). Tanto Cocceius como os Padrões de Westminster organizam a teologia sobre este princípio. A escola de Saumur diverge do pensamento da teologia reformada dos três pactos, um “legal” sendo interposto entre os dois aceitos. Nota de John W. Beardslee III.
[2] Aqui Wollebius claramente segue a interpretação de agostiniana do livre arbítrio. Ele ensinava que os quatro estágios da libertas naturae [liberdade da natureza], Richard A. Muller explica que “a liberdade que é própria de um ser dada a sua natureza particular”. Os quatro estados da libertas naturae são: 1) libertas Adami [liberdade de Adão]: “antes da queda - isto é a capacidade ou poder para não pecar”. 2) libertas peccatorum [liberdade de pecadores]: “uma liberdade que é própria e restrita aos limites da natureza caída e é, portanto, uma incapacidade absoluta de fazer o bem, ou para agir para o bem, sendo o pecador incapaz de não pecar”. 3) libertas fidelium [liberdade dos fiéis]: “a liberdade daqueles que são regenerados pelo Espírito Santo, que é próprio da natureza regenerada e, é caracterizada pela capacidade para o pecado e para fazer o bem”. 4) libertas gloriae [liberdade de glória]: “uma liberdade adequada à natureza redimida integralmente, que, como residentes do reino do céu estão agora caracterizados pela incapacidade para o pecado”. Em outras palavras, os quatro estados do homem em relação ao pecado enumerados por Agostinho de Hipona são: 1) no estado antes da queda, o homem era capaz de não pecar (posse non peccare); 2) após a queda, ele é incapaz de não pecar (non posse non peccare); 3) sendo regenerado ele se torna capaz de não pecar (non posse peccare); e 4) no estado de glorificação ele será incapaz de pecar (peccare non posse). Veja Richard A. Muller, Dictionary of Latin and Greek Theological Terms, p. 176. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
[3] Thomas Boston escreveu o livro The Nature Human on Fourfould State (The Banner of Truth), que se tornou obra de referência sobre o assunto entre os puritanos. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Traduzido de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics: seventeenth-century Reformed Theology through the Writings of Wollebius, Voetius, and Turretin(Grand Rapids, Baker Books, 1977), pp.64-66.
sábado, 26 de dezembro de 2015
A Predestinação - Johannes Wollebius
(1)
1. Um decreto de Deus que afeta as criaturas pode ser tanto geral como específico.
2. O decreto geral é aquele em que ele determinou mostrar a glória de seu poder, sabedoria e bondade na criação e preservação de todas as coisas.
3. O decreto específico, chamado predestinação, é aquele que ele ordena esta glória de sua graça, misericórdia e justiça se revelando nas criaturas racionais, sejam eles eleitos ou réprobos.
PROPOSIÇÕES
I. Embora a predestinação seja um ato único e absolutamente simples na mente de Deus, todavia, levando em consideração a fraqueza do nosso entendimento, a predestinação como um destino último, pode ser diferenciada da predestinação com respeito aos meios.
II. Todos os que estão predestinados para um destino, também têm predestinado os seus meios.
(2)
1. A predestinação afeta tanto os anjos como aos homens.
2. A predestinação dos anjos significa que Deus determinou sempre preservar alguns deles em [sua] felicidade original, em Cristo como cabeça,[1] e punir outros eternamente em abandoná-los de seu estado de sua própria harmonia, para revelar a glória de sua graça e justiça.
3. A predestinação dos seres humanos significa que, da raça humana que ele criou à sua própria imagem, mas que caíram em pecado por seu próprio ato, Deus determinou na eternidade salvar alguns por meio de Cristo, mas também condenar eternamente os demais, mantendo-os em sua própria miséria, para que revelassem a glória de sua misericórdia e justiça.
4. Entretanto, há dois aspectos [pars] da predestinação: eleição e reprovação.
PROPOSIÇÕES
I. A predestinação é num sentido um decreto absoluto e ao mesmo tempo não.
II. Ele é absoluto com respeito a sua causa eficiente [causa efficiens impulsiva] o qual nem é a fé do eleito, nem o pecado do réprobo, mas absolutamente a livre vontade de Deus. Nem é a fé ou a santidade prevista a causa da eleição, nem se tornou eleita a pessoa porque creu. Pelo contrário, ele crê porque foi eleito. Em At 13:48 “creram os que estavam ordenados para a vida eterna”. Nem somos escolhidos porque seríamos santos, mas “a fim de que sejamos santos e inculpáveis nele, em amor” (Ef 1:4). Nem é o pecado previsto a causa da reprovação. Se fosse, todos seríamos reprovados. Que Deus agiu sobre a sua absoluta e livre boa vontade [beneplacitum] é evidente em Lc 12:33: “é a boa vontade do Pai dar-lhes o reino”, e de Rm 9:15: “terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia”, e 9:18: “ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem lhe apraz”.
III. Mas o decreto da predestinação não é absoluto com respeito aquilo que ele oferece [materia seu obiectus], nem em relação aos meios pelos quais ele conduz.
IV. Aquilo que a predestinação realiza não é o homem considerado absolutamente, mas o homem é quem caiu em pecado pelo seu próprio ato. As razões para isto são óbvias. (1) O decreto pressupõe pecado ao revelar misericórdia e a ira, ou a justiça; a misericórdia é sem sentido exceto na presença do sofrimento, bem como a justiça ou da ira é sem sentido exceto na presença do pecado. (2) Somente a culpa pode ser reprovada. Mas o homem não é culpado quando criado por Deus, senão quando ele foi deformado por Satanás.
V. Todavia, o pecado não é a causa da reprovação, mas uma necessária condição no objeto [materia seu obiectus]. Embora ele não seja a causa da reprovação, no entanto, o pecado é uma causa da culpa [causa reprobabilitatis]. A diferença entre ser culpado e ser reprovado é o mesmo que entre potência e ato; todos os homens são culpados por causa do pecado, mas nem todos são réprobos.
VI. Portanto, a predestinação pressupõe os seguintes decretos: (1) criar o homem; (2) conceder a imagem de Deus ao homem criado, mas de tal forma que pudesse perde-la; (3) permitir a sua queda.
VII. Os meios pelos quais o decreto é conduzido são tais que, embora Deus atue apenas pelo seu beneplácito, todavia, o eleito não tem base para orgulhar-se, nem o réprobo tem fundamento para reclamar. Sobre o primeiro confere imerecida graça, e, sobre o outro reserva punição.
VIII. Numerosas questões surgem: (1) Sobre qual direito Deus condena um homem à reprovação, sendo ele sua própria criatura? (2) Por que ele não elege, ou condena igualmente a todos? (3) Por que ele escolhe alguém como Pedro, e condena outro como Judas? A resposta para a primeira questão depende da causa material, que é um homem tão caído como culpado. A resposta da segunda vem do propósito, porque Deus pretende revelar a glória de sua misericórdia e sua justiça. A resposta da terceira vem da causa ativa, porque este é o modo que Deus deseja fazê-lo. Do mesmo modo, seria como perguntar por que um oleiro faz diferentes pratos do mesmo monte de argila, a resposta é encontrada no seu propósito de servir aos muitos usos dos pratos numa casa. Mas se for perguntado por que ele faz um vaso de um pedaço de todo o barro, e um pote de outra parte, a resposta está na causa ativa: isto é o que oleiro quer.
IX. Cristo pode ser considerado tanto Deus-homem, ou como o nosso mediador. Do primeiro ponto de vista ele é, com o Pai e o Espírito Santo, a eficiente causa da nossa eleição. De uma segunda perspectiva, ele é o meio de executar a nossa eleição. Portanto, se diz que somos escolhidos em Cristo (Ef 1:4); e de fato, somos conduzidos à salvação por meio dele. O decreto que nos salva é predestinação para um destino final; que é dar Cristo como nosso cabeça, predestinação significando a aplicação.
X. As palavras gregas próthesis [propósito], prógnosis [presciência] e proorismós [predestinação], podem ser diferenciadas pelo propósito de instrução, embora sejam muitas vezes usadas como sinônimos. Assim, a palavra próthesis se refere à intenção de salvar, enquanto que prógnosis à livre graça pela qual Deus nos vê como seus, e proorismós designa a predestinação para Cristo e os outros meios da salvação. Rm 8:28-29: “porque sabemos, que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito [katá próthesin]”. “Pois aqueles que ele preconheceu [proégno] ele também predestinou [proórise] para serem conformes à imagem de seu Filho”.
XI. Estão errados aqueles que ensinam a doutrina da eleição ao mesmo tempo que negam a reprovação. A Escritura ensina a reprovação do mesmo modo que a eleição. Is 41:9: “eu te escolhi, e não te rejeitei.” Ml 1:2-3: “amei a Jacó, mas odiei a Esaú.” Rm 9:18: “Ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem lhe apraz.” Rm 11:7: “o eleito é alcançado, e os outros endurecidos.” 1 Ts 5:9: “Deus não nos destinou para a ira, mas para a salvação.” 2 Tm 2:20: “vasos para honra, e outros para desonra.” Jd 4: “desde muito tempo alguns homens dissimulados, foram destinados para a condenação”.
XII. Assim como Cristo não é a causa da eleição, mas da salvação, do mesmo modo a incredulidade não é a causa da reprovação, mas da condenação. A condenação difere da reprovação como o meio de realizar um decreto se distingue do próprio decreto.
XIII. O propósito da reprovação não é a condenação, mas a revelação da glória da justiça de Deus. Entretanto, o homem não pode alegar que foi criado para ser condenado; pois a condenação pela qual a pessoa foi rejeitada, se conduz para o mal, não é o propósito, mas o meio da execução do propósito de Deus.
XIV. Dois atos da reprovação podem ser aceitos com o propósito de instrução: a negação da imerecida graça, que é chamada de preterição, e a entrega da merecida punição, que é chamada de condenação.
XV. Ao examinar a nossa eleição pela lógica, faz-se necessário proceder dos meios de realizar do próprio decreto, fazendo a origem de nossa santificação. O argumento é o seguinte: todo aquele que sabe que recebeu o dom da santificação [in se sentit donum] pelo qual morremos para o pecado, e vivemos para a justiça, é justificado, chamado ou habitado com fé verdadeira, e eleito. Mas eu sei [sentio] isto pela graça de Deus; e assim, eu sou justificado, chamado e eleito.[2]
XVI. É diabólico o argumento de que se eu sou um eleito, então não necessito de boas obras, e que se eu sou um réprobo, elas são inúteis. Em primeiro lugar, um cristão não precisa decidir se ele é um eleito ou um réprobo; pelo contrário, ele deve examinar a sua fé como um meio de [verificar] a sua eleição. 2 Co 13:5-6 “examinem-se, vejam se realmente estais na fé; provai-vos, a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero reconheçais que não somos reprovados”. Em segundo lugar, este argumento separa assuntos que deveriam ser simples por serem corretamente subordinados, e une conceitos contraditórios. As boas obras devem ser subordinadas à eleição, mas nunca separados dela, bem como elas são os meios que quando realizados, certificam a nossa eleição. É contraditório para qualquer um, que sendo réprobo realizar boas obras.[3]
NOTAS:
[1] Sobre a relação dos anjos com Cristo, veja também Francis Turrentin, Loco IV, questão viii. Nota de John W. Beardslee III.
[2] Veja Turretin, Locus IV, questões xii, xiii. Nota de John W. Beardslee III.
[3] Wollebius define boas obras como sendo “aquelas ações que são realizadas pela graça do Espírito Santo, por causa de uma fé verdadeira e de acordo com as exigências da lei, para a glória de Deus, a certeza da nossa salvação e a edificação do nosso próximo”. Por isso, ele declara que um réprobo é incapaz de realizar boas obras. John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics, p. 191. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Traduzido de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics: seventeenth-century Reformed Theology through the Writings of Wollebius, Voetius, and Turretin (Grand Rapids, Baker Books, 1977), pp.50-53.
1. Um decreto de Deus que afeta as criaturas pode ser tanto geral como específico.
2. O decreto geral é aquele em que ele determinou mostrar a glória de seu poder, sabedoria e bondade na criação e preservação de todas as coisas.
3. O decreto específico, chamado predestinação, é aquele que ele ordena esta glória de sua graça, misericórdia e justiça se revelando nas criaturas racionais, sejam eles eleitos ou réprobos.
PROPOSIÇÕES
I. Embora a predestinação seja um ato único e absolutamente simples na mente de Deus, todavia, levando em consideração a fraqueza do nosso entendimento, a predestinação como um destino último, pode ser diferenciada da predestinação com respeito aos meios.
II. Todos os que estão predestinados para um destino, também têm predestinado os seus meios.
(2)
1. A predestinação afeta tanto os anjos como aos homens.
2. A predestinação dos anjos significa que Deus determinou sempre preservar alguns deles em [sua] felicidade original, em Cristo como cabeça,[1] e punir outros eternamente em abandoná-los de seu estado de sua própria harmonia, para revelar a glória de sua graça e justiça.
3. A predestinação dos seres humanos significa que, da raça humana que ele criou à sua própria imagem, mas que caíram em pecado por seu próprio ato, Deus determinou na eternidade salvar alguns por meio de Cristo, mas também condenar eternamente os demais, mantendo-os em sua própria miséria, para que revelassem a glória de sua misericórdia e justiça.
4. Entretanto, há dois aspectos [pars] da predestinação: eleição e reprovação.
PROPOSIÇÕES
I. A predestinação é num sentido um decreto absoluto e ao mesmo tempo não.
II. Ele é absoluto com respeito a sua causa eficiente [causa efficiens impulsiva] o qual nem é a fé do eleito, nem o pecado do réprobo, mas absolutamente a livre vontade de Deus. Nem é a fé ou a santidade prevista a causa da eleição, nem se tornou eleita a pessoa porque creu. Pelo contrário, ele crê porque foi eleito. Em At 13:48 “creram os que estavam ordenados para a vida eterna”. Nem somos escolhidos porque seríamos santos, mas “a fim de que sejamos santos e inculpáveis nele, em amor” (Ef 1:4). Nem é o pecado previsto a causa da reprovação. Se fosse, todos seríamos reprovados. Que Deus agiu sobre a sua absoluta e livre boa vontade [beneplacitum] é evidente em Lc 12:33: “é a boa vontade do Pai dar-lhes o reino”, e de Rm 9:15: “terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia”, e 9:18: “ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem lhe apraz”.
III. Mas o decreto da predestinação não é absoluto com respeito aquilo que ele oferece [materia seu obiectus], nem em relação aos meios pelos quais ele conduz.
IV. Aquilo que a predestinação realiza não é o homem considerado absolutamente, mas o homem é quem caiu em pecado pelo seu próprio ato. As razões para isto são óbvias. (1) O decreto pressupõe pecado ao revelar misericórdia e a ira, ou a justiça; a misericórdia é sem sentido exceto na presença do sofrimento, bem como a justiça ou da ira é sem sentido exceto na presença do pecado. (2) Somente a culpa pode ser reprovada. Mas o homem não é culpado quando criado por Deus, senão quando ele foi deformado por Satanás.
V. Todavia, o pecado não é a causa da reprovação, mas uma necessária condição no objeto [materia seu obiectus]. Embora ele não seja a causa da reprovação, no entanto, o pecado é uma causa da culpa [causa reprobabilitatis]. A diferença entre ser culpado e ser reprovado é o mesmo que entre potência e ato; todos os homens são culpados por causa do pecado, mas nem todos são réprobos.
VI. Portanto, a predestinação pressupõe os seguintes decretos: (1) criar o homem; (2) conceder a imagem de Deus ao homem criado, mas de tal forma que pudesse perde-la; (3) permitir a sua queda.
VII. Os meios pelos quais o decreto é conduzido são tais que, embora Deus atue apenas pelo seu beneplácito, todavia, o eleito não tem base para orgulhar-se, nem o réprobo tem fundamento para reclamar. Sobre o primeiro confere imerecida graça, e, sobre o outro reserva punição.
VIII. Numerosas questões surgem: (1) Sobre qual direito Deus condena um homem à reprovação, sendo ele sua própria criatura? (2) Por que ele não elege, ou condena igualmente a todos? (3) Por que ele escolhe alguém como Pedro, e condena outro como Judas? A resposta para a primeira questão depende da causa material, que é um homem tão caído como culpado. A resposta da segunda vem do propósito, porque Deus pretende revelar a glória de sua misericórdia e sua justiça. A resposta da terceira vem da causa ativa, porque este é o modo que Deus deseja fazê-lo. Do mesmo modo, seria como perguntar por que um oleiro faz diferentes pratos do mesmo monte de argila, a resposta é encontrada no seu propósito de servir aos muitos usos dos pratos numa casa. Mas se for perguntado por que ele faz um vaso de um pedaço de todo o barro, e um pote de outra parte, a resposta está na causa ativa: isto é o que oleiro quer.
IX. Cristo pode ser considerado tanto Deus-homem, ou como o nosso mediador. Do primeiro ponto de vista ele é, com o Pai e o Espírito Santo, a eficiente causa da nossa eleição. De uma segunda perspectiva, ele é o meio de executar a nossa eleição. Portanto, se diz que somos escolhidos em Cristo (Ef 1:4); e de fato, somos conduzidos à salvação por meio dele. O decreto que nos salva é predestinação para um destino final; que é dar Cristo como nosso cabeça, predestinação significando a aplicação.
X. As palavras gregas próthesis [propósito], prógnosis [presciência] e proorismós [predestinação], podem ser diferenciadas pelo propósito de instrução, embora sejam muitas vezes usadas como sinônimos. Assim, a palavra próthesis se refere à intenção de salvar, enquanto que prógnosis à livre graça pela qual Deus nos vê como seus, e proorismós designa a predestinação para Cristo e os outros meios da salvação. Rm 8:28-29: “porque sabemos, que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito [katá próthesin]”. “Pois aqueles que ele preconheceu [proégno] ele também predestinou [proórise] para serem conformes à imagem de seu Filho”.
XI. Estão errados aqueles que ensinam a doutrina da eleição ao mesmo tempo que negam a reprovação. A Escritura ensina a reprovação do mesmo modo que a eleição. Is 41:9: “eu te escolhi, e não te rejeitei.” Ml 1:2-3: “amei a Jacó, mas odiei a Esaú.” Rm 9:18: “Ele tem misericórdia de quem quer, e endurece a quem lhe apraz.” Rm 11:7: “o eleito é alcançado, e os outros endurecidos.” 1 Ts 5:9: “Deus não nos destinou para a ira, mas para a salvação.” 2 Tm 2:20: “vasos para honra, e outros para desonra.” Jd 4: “desde muito tempo alguns homens dissimulados, foram destinados para a condenação”.
XII. Assim como Cristo não é a causa da eleição, mas da salvação, do mesmo modo a incredulidade não é a causa da reprovação, mas da condenação. A condenação difere da reprovação como o meio de realizar um decreto se distingue do próprio decreto.
XIII. O propósito da reprovação não é a condenação, mas a revelação da glória da justiça de Deus. Entretanto, o homem não pode alegar que foi criado para ser condenado; pois a condenação pela qual a pessoa foi rejeitada, se conduz para o mal, não é o propósito, mas o meio da execução do propósito de Deus.
XIV. Dois atos da reprovação podem ser aceitos com o propósito de instrução: a negação da imerecida graça, que é chamada de preterição, e a entrega da merecida punição, que é chamada de condenação.
XV. Ao examinar a nossa eleição pela lógica, faz-se necessário proceder dos meios de realizar do próprio decreto, fazendo a origem de nossa santificação. O argumento é o seguinte: todo aquele que sabe que recebeu o dom da santificação [in se sentit donum] pelo qual morremos para o pecado, e vivemos para a justiça, é justificado, chamado ou habitado com fé verdadeira, e eleito. Mas eu sei [sentio] isto pela graça de Deus; e assim, eu sou justificado, chamado e eleito.[2]
XVI. É diabólico o argumento de que se eu sou um eleito, então não necessito de boas obras, e que se eu sou um réprobo, elas são inúteis. Em primeiro lugar, um cristão não precisa decidir se ele é um eleito ou um réprobo; pelo contrário, ele deve examinar a sua fé como um meio de [verificar] a sua eleição. 2 Co 13:5-6 “examinem-se, vejam se realmente estais na fé; provai-vos, a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. Mas espero reconheçais que não somos reprovados”. Em segundo lugar, este argumento separa assuntos que deveriam ser simples por serem corretamente subordinados, e une conceitos contraditórios. As boas obras devem ser subordinadas à eleição, mas nunca separados dela, bem como elas são os meios que quando realizados, certificam a nossa eleição. É contraditório para qualquer um, que sendo réprobo realizar boas obras.[3]
NOTAS:
[1] Sobre a relação dos anjos com Cristo, veja também Francis Turrentin, Loco IV, questão viii. Nota de John W. Beardslee III.
[2] Veja Turretin, Locus IV, questões xii, xiii. Nota de John W. Beardslee III.
[3] Wollebius define boas obras como sendo “aquelas ações que são realizadas pela graça do Espírito Santo, por causa de uma fé verdadeira e de acordo com as exigências da lei, para a glória de Deus, a certeza da nossa salvação e a edificação do nosso próximo”. Por isso, ele declara que um réprobo é incapaz de realizar boas obras. John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics, p. 191. Nota de Ewerton B. Tokashiki.
Traduzido de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics: seventeenth-century Reformed Theology through the Writings of Wollebius, Voetius, and Turretin (Grand Rapids, Baker Books, 1977), pp.50-53.
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