segunda-feira, 15 de maio de 2017

O sofrimento causado pelo pecado - Johannes Wollebius

(I)
1. Algo mais acerca do pecado. Precisamos considerar o sofrimento causado pelo pecado.
2. Este sofrimento é tanto temporal como eterno.
3. Tanto é físico como espiritual.

PROPOSIÇÕES

I. Deus incluiu todos os sofrimentos do homem sob a palavra “morte”. Gn 2:17: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
II. Há quatro estágios desta morte.
III. O primeiro é a morte espiritual, que é a perda da vida espiritual, de modo que o homem vive apenas para o pecado. Ap 3:1: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.”
IV. A segunda é a morte do sofrimento, que é a perda da felicidade original e o desdobramento de toda espécie de desafortúnio. Êx 10:17: “Oreis ao SENHOR, vosso Deus, que tire de mim esta morte.”
V. A terceira é a morte física, que é a perda desta vida, a dissolução do corpo à terra, e o retorno do espírito a Deus. Ec 12:7 “e retornará à terra como era, e o espírito a Deus que o deu.” A alma retornará a Deus que será tanto um pai como um juiz. Apesar da morte, pelo favor de Cristo, ter se tornado numa passagem desta vida para a eternidade, neste lugar a morte será considerada como ela é.
VI. O quarto estágio é a morte eterna, ou estado de condenação, que é chamado de segunda morte, pela comparação com a morte física (Ap 21:8).
VII. Nada, exceto a Escritura, ensina o que é afirmado acerca do estado dos condenados.
VIII. Este estado consiste da perda do sumo bem e o processo para o sumo mal.
IX. A perda do sumo bem é isto: eles serão excluídos para sempre da comunhão com Deus e das suas bençãos (Mt 25:41: “apartai-vos de mim, malditos.”).
X. O correspondente ao maior mal será a eterna comunhão com o demônio e seus anjos (Mt 25:41: “No lago de fogo,[O texto original infernalis; Vulgata e Beza leem “fogo eterno”] preparado para o demônio e seus anjos.”).
XI. O lugar preparado para os condenados é o inferno.
XII. A localização do inferno é um assunto que não pode ser conhecido pela experiência, nem é alcançado pela inquirição.
XIII. É suficiente notar que na Escritura ele é chamado de gehenna (Mt 5:22); “fornalha de fogo” (Mt 13:42); um lugar de tormento (Lc 16:23); “uma prisão” (1 Pe 3:19); “poço do abismo” (Ap 9:1); “o lago de fogo” (Ap 20:15); “lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21:8).
XIV. Os pontos que necessitam de consideração são a multiplicidade, a severidade e a eternidade das punições.
XV. A multiplicidade é óbvia, porque serão tormentos tanto espirituais como físicos.
XVI. As principais punições espirituais será o verme da consciência que não morre (Is 66:24), e seguindo a isto, as extremas e indescritíveis tribulações e aflições (Rm 2:9).
XVII. As punições físicas são chamadas “fogo inextinguível” (Mt 13:42; Ap 20:15); nesta vida não há maior sentimento de sofrimento [do que queimar].
XVIII. A severidade da punição é apresentada pelo lamento e ranger de dentes (Mt 22:13); estes são evidências do mais alto grau de dor e sofrimento.
XIX. Este sofrimento é eterno, de modo que, o réprobo não tem expectativa aonde olhar. (Lc 16:26: “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá passar para nós.” Ap 14:11: “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos”).
XX. O absurdo ensino dos papistas acerca do limbo das crianças, dos pais e acerca do purgatório estão baseados nos sonhos dos poetas pagãos, não têm sentido e nem são dignos de especial refutação.

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