quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Carta de Johannes Aecolampadius para Hulrich Zwingli

20 de agosto de 1531.[1] 

 Saudações. Eu li, mui querido irmão, a opinião que você expressou a respeito do caso do rei da Inglaterra, e eu prontamente concordo com ela, percebendo claramente com que julgamento imparcial você pesou todas as circunstâncias do caso; e, não tenho dúvidas de que o resultado deste esforço não será motivo de arrependimento. Agradeço, portanto, por isso. Ficarei com a cópia que você redigiu, a qual, entretanto, lhe será devolvida, se assim o desejar. Minha opinião em nada difere da sua, exceto na maneira de expressá-la: você deve ler por si mesmo, já que não é muito extensa, mas ela é quase como uma carta. Bucer e Capito, até agora, sustentaram pontos de vista diferentes dos nossos; mas espero que, ao lerem a sua opinião, não mais discordem de nós, embora estejam muito preconceituosos em favor de suas próprias opiniões, especialmente de uma delas, circunstância que ocasiona não pequenos inconvenientes para uma igreja tão diferente. Eles permitiriam que o rei tivesse duas esposas: mas, esteja longe de nós seguirmos a Maomé neste aspecto, em vez de Cristo. 

 Então, com respeito à reconciliação com os cinco cantões, gostaria de estar enganado; mas, embora algumas pessoas esperem isso, não tenho a menor esperança que ocorra, a menos que uma das partes se humilhe ou seja humilhada. Eu tinha escrito anteontem (e pretendia entregar esta carta ao seu mensageiro, mas não o encontrei) por desejo urgente de quem enviou a resposta do Conselho ao seu povo. Envio a carta, embora agora seja fora de época e supérflua; mas desejo que você seja informado da ansiedade de seu amigo, mesmo que seja inútil. Adeus, com sua esposa e irmãos.[2] 

Aecolampadius. 


 NOTAS: 
 [1] Rev. Hastings Robinson,Original Letters Relative to the English Reformation (Cambridge, The Cambridge University Press, 1847), pp. 551-552. 
 [2] Esta é a última carta de Aecolampadius para Zwingli, visto que o reformador suíço alemão falece em 10 de outubro de 1531. Nota do tradutor.

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