quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Contra os 32 Artigos dos teólogos de Lovaina

Escrito por Martinho Lutero em 1545[1]

Não oferecemos[2] este texto por seu valor intrínseco inexistente, mas, como uma amostra – e não das mais cruas – da atividade de Lutero no último ano de sua vida. Ele precipitou-se pelo furioso ataque, como demonstram os seus escritos contra o papado, o inacabado contra os asnos de Paris e Lovaina, etc. A sua preferência pela linguagem brusca não se percebe neste escrito, mas pode-se percebê-la.

A origem do panfleto ocorreu devido ao conhecimento das 32 Teses editadas pelos teólogos de Lovaine, sancionadas por Carlos V, em Março de 1545, e divulgadas nos Países Baixos contrapor a difusão da Reforma (cf. As Teses de Lovaina em WA 54, 416-422). No cenário de Wittemberg foi Melanchthon que primeiro pensou em dar uma resposta. Todavia, foi Lutero quem se encarregou disto com estas 75 teses, que apareceram no mês de Setembro, que estranhamente recordam – somente no título – as moderadas teses de 1517 que lhe lançaram na publicidade. Realmente, como escreveu García-Villoslada (Lutero II, 552-553),[3] refere-se a “o ocaso de um herói” nestes panfletos em que mesclam fobias, invectivas amargas, não sendo possível discernir se com bom humor ou ira (seguramente com ambas as coisas ao mesmo tempo).

EDIÇÕES: oferecemos esta tradução da versão latina, contrastada com a tradução alemã, segundo as edições: E var 4, 486-492 e E 65, 170-178; WA 54, 425-430; 430-443; CL 4, 392-398.[4]


As 75 teses de Lutero[5] contra os teólogos da Universidade de Lovaina[6]

1. É ímpio e enganoso tudo o que na igreja de Deus se ensina sem contar com o apoio da Palavra.
2. É ímpio e herético estabelece-lo como artigo de fé.
3. E se alguém crê [neste artigo][7] é um idólatra e, está rendendo culto ao diabo em lugar de rendê-lo a Deus.
4. Porque são Paulo sentenciou que as doutrinas dos homens estão em conflito com as de Deus.[8]
5. Os hereges e idólatras lovainenses afirmam, sem respaldo na Escritura, que são sete os sacramentos.
6. O batismo é um sacramento que deve ser administrado tanto aos adultos como aos meninos para a remissão dos pecados e para a salvação eterna.
7. Deve ser considerado como herética, todavia, a doutrina que a sinagoga dos [teólogos] de Lovaina sustentam acerca do batismo.
8. Condenamos como herético o espírito dos anabatistas, por rejeitarem a verdade do batismo ao condicioná-la aos vícios e à indignidade dos homens.
9. Porque da mesma forma, haveria que condenar ao magistrado e ao que prega a Palavra, por causa do pecado, e da indignidade pessoal. Isto seria pernicioso.[9]
10. Resulta estulto o raciocínio consequente: “o batizando não crê, ou é indigno; logo, será nulo o batismo administrado.”
11. Ainda que as premissas desta consequência em relação aos meninos sejam falsíssimas e temerárias,
12. Todavia, não é menos certo que os nossos rapazes nunca poderão rejeitar a esta seita, nem a nenhuma outra, se não forem baseados na doutrina e na erudição da Escritura.
13. E desta forma condenam sumariamente, ou seja, à espada e fogo, com a morte e o sangue dos cidadãos, segundo reza a Escritura: “os seus pés se apressa em derramar sangue."[10]
14. Estas são as armas espirituais de seu exército; desta maneira, não precisam dedicar-se ao estudo das Escrituras e podem continuar com a sua indoutíssima sofisma.
15. No venerável e adorável sacramento da eucaristia estão, se mostram e recebem real e verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo, tanto pelos que são dignos, como pelos indignos.
16. É condenável e abominável a doutrina dos ouriços lovainenses sobre o uso deste sacramento, já que está repletíssima de profanação, de heresia, e de idolatrias.
17. Para receber-lhe dignamente é necessária a fé, em virtude da qual se crê com firmeza na remissão dos pecados que Cristo promete e na vida eterna, como o dizem com clareza as palavras deste sacramento.
18. Sem motivo algum, sem apoio na Escritura, e somente por mera vaidade destes bandoleiros, se ensina a transubstanciação do pão e do vinho.
19. Roubar a outra espécie [o vinho] dos leigos, a quem o próprio Cristo confiou integro este sacramento, é um sacrilégio horrendíssimo e uma tirania satânica.
20. Neste sentido, a poça maldita dos [teólogos] de Lovaina se enfurece desumanamente contra a propriedade e as pessoas que não dependem deles, e o faz não somente de costas para a Escritura, como também, contra o expresso mandato de Deus.
21. Contra o que se inventa o furor dos lovainenses, não sancionou isto a igreja, posto que os leigos, que são a maior parte da igreja, se veem forçados a padecer esta violência perpetrada pelos enlodados homens péssimos e por uma escassíssima minoria desta igreja; melhor dizendo, por nenhum setor da igreja, senão que por parte de todos os diabos.
22. Não se apoia na Escritura a doutrina de que a missa é um sacrifício. E sendo que carece da autoridade das Escrituras, pode-se rejeitar com a mesma facilidade com que se aprova, por usar das palavras de são Jerônimo.[11]
23. É herético e blasfemo oferecer missas pelos defuntos, e estão cometendo soberanamente a imundícia dos [teólogos] de Lovaina quando afirmam que foi algo instituído por Cristo.
24. Cristo mandou esta comida e esta bebida para esta vida; mas, os mortos não comem, nem bebem.
25. Santo Agostinho não quis que seus livros, nem os de ninguém, se pusessem no mesmo plano de igualdade que as Sagradas Escrituras, nem que suas sentenças fossem aceitas como dogmas da fé.[13]
26. Como se explica a arrogância diabólica destes bandidos com os que não dependem deles, senão de Cristo, pelo que ousam fazer-nos equiparar as opiniões humanas e as suas com os artigos de fé, ou inclusive coloca-las acima destes?
27. Julgamos que os zwinglianos e todos os sacramentários são formalmente hereges e que estão fora da igreja, pois negam que na venerável eucaristia se recebe o corpo e o sangue de Cristo pela boca carnal;[14]
28. Não obstante, as refutações dos [teólogos] de Lovaina, sanguinárias e incendiárias, são mais próprias de um parricídio do que de uma erudição, erudição de que carecem totalmente enquanto se refere à Sagrada Escritura.
29. Por qual artigo herético vão refutar isso, que estão cheios e transbordando de heresias, blasfêmias e incontáveis idolatrias?
30. Não será da Escritura, senão que de doutrinas humanas de onde arrotam, vomitam e defecam numa igreja que não é sua, senão que é do Deus vivo.
31. Portanto, tomaram as fúrias de Lovaina para a igreja, habitação de Deus, por sua fossa particular; nela, como seus senhores, enchem de seu esterco com que a matam. Furor dos furores!
32. Que a confirmação seja um sacramento é algo que se afirma sem o apoio da Escritura, e mente o esgoto lovainense ao afirmar que foi instituída por Cristo.
33. Sabemos que os homens bons e piedosos nunca desejaram que, por ainda estar sujeitos à carne, se as suas sentenças fossem recebidas por dogmas, ou sacramentos e que, mesmo sendo advertidos, se expressaram de outra maneira.
34. Com satisfação confessamos que a penitência, junto com os poderes absolutos das chaves, é um sacramento. De fato, possuí a promessa e a fé da remissão dos pecados de Cristo.
35. Os [teólogos] de Lovaina, ao rejeitar a fé, são apóstatas, blasfemos piores do que os turcos, que os judeus e do que os pagãos.
36. A penitência ensinada pelos lovainenses, ou seja, a que consiste na contrição, confissão e satisfação, não é outra coisa que esse artefato do desespero de Judas, Saul e outros semelhantes. Portanto, deve ser condenada como herética.
37. Não sabem no que consiste a contrição, a confissão, a promessa ou a fé, nem se poderá aprender neste estrume e fossa dos lovainenses, porque tudo o que dizem carece de fundamento da Escritura.
38. Não há liberdade para o bem; dizer que com a ajuda da graça se pode tender para ele, não é mais do que sair pela tangente e responder escolasticamente ao que não se pergunta.
39. O rito de ordenar aos “míseros sacrificantes”, ou seja, aos crucificadores de Cristo, é uma confusão diabólica.
40. A ordem não é um sacramento; é somente um ministério e uma vocação dos ministros da igreja (1 Co 12),[15] e não possui a promessa da remissão dos pecados.
41. Essa vocação se realiza somente pela igreja, sem a necessidade de tonsuras, de unções e demais máscaras que a ousadia humana faz parecer como sagradas e necessárias.
42. A extrema-unção não é sacramento. Nem há necessidade de se dizer que não foi instituída por Cristo, contra os grunhidos de nossos garotos.
43. Constitui uma enorme impiedade e um tremendo ultraje perpetrado contra Cristo afirmar que uma coisa é sacramento, mas que, todavia, não se requer para a salvação.
44. Dizer que o matrimônio é sacramento carece de apoio na Escritura; nossos mestrinhos copiaram do Espelho de Marculfo.[16]
45. O matrimônio, na realidade, é uma instituição, um dom, uma ordenação divina, como o são o governo civil e os magistrados.
46. O Papa não tem nenhum poder – muito menos o terão estes brutos rapazinhos – para estabelecer ou nada definir referente às causas matrimoniais. Como o teriam, pois, dada a sua rudeza e sua ignorância?
47. É verdade que não há mais do que apenas uma igreja católica na terra; mas, não pertencem a ela os heréticos e idólatras lovainenses, nem o seu ídolo abominável, o Papa.
48. A igreja do Papa e destes mestrinhos é exatamente uma alcateia, inimiga sanguinária e devastadora da igreja de Cristo.
49. Os [teólogos] de Lovaina precisam usar da intimidação, pois eles são uns porcos gordíssimos de Epicuro e totalmente ateus, visto que a ousadia e a forma desavergonhada com que mentem e blasfemam diante de Deus e dos homens.
50. A sua própria consciência lhes é testemunha de que o papado não somente carece do respaldo da Escritura, senão que foi introduzido na igreja contra a Palavra.
51. Além do mais, temos a realidade que contra o que tão desavergonhadamente afirmam os encapuzados lovainenses, comprova que o Papa jamais foi a cabeça da igreja universal.
52. O que dizem em seu artigo 21 e nos oito seguintes é perfeitamente “marcólfico”; além de ser blasfemo e idólatra, somente é visível no Espelho de Marcolfo.
53. Quanto aos defuntos e ao purgatório, quão convencidos estão estas aves de rapina de que os que ontem caíram do céu em breve sairão do inferno!
54. E uma vez que tenham rejeitado a Escritura e tomem por sua conta licença para converter em dogmas os sonhos e vaidades humanas, não têm mais limites, nem fim seus artigos de fé.
55. Os votos, primordialmente os monásticos e o celibato, são invenções humanas sem respaldo nos mandamentos, nem na Palavra de Deus; são de fato um abismo de perdição.
56. O que se compromete com voto, comete falácia e hipocrisia, de onde derivam frutos tão dignos desta religião como o são o pudor, a santidade, a piedade de Roma e das suas associações.
57. De forma que são mais castos as prostitutas de bordéis e os prostíbulos das meretrizes que os da Sodoma romana e os da Gomorra dos monastérios.
58. A sua pobreza equivale à rapina de toda a terra e as riquezas do mundo, conforme está escrito: “Aqui é onde os pecados obtiveram riquezas abundantes neste mundo.”[17]
59. Não possuiriam tudo isto se não fossem ventres heréticos, idólatras e blasfemos.
60. A obediência consiste em fazer o que agrada principalmente ao nosso mestre, que é o Senhor da igreja, e a quem estão submetidos os reis.
61. São Pedro e são Paulo entenderam a liberdade evangélica como uma libertação não somente do pecado e da morte, mas também das cargas estabelecidas na lei mosaica e, consequentemente, e com maior razão, livre do esterco das tradições e opiniões humanas.
62. Mas serão declarados, e com razão, como hereges pela insigne faculdade, já que não foram “coroados” por Lovaina, nem conheceram a seu Marcolfo.
63. A fé pela qual se convence de que os pecados lhe foram perdoados por Cristo, ela é necessária em tudo, bem como o sacramento em toda a Palavra.
64. É mui sútil e próprio dos “mestrinhos” o que a insigne universidade dos lovainenses afirma, ou seja, que a tese anterior se opõe às Escrituras.
65. E é que neste caso concreto a sua escritura significa estes três sacramentos dos rapazinhos: o hábito, a batina e o capuz.
66. Este tipo de escritura se opõe a fé; pois bem, eles são mestres nesta escritura da qual extraíram e concluíram os seus 32 artigos.
67. Talvez, prefiram que os pecados se remetam baseados na incredulidade e por Belzebu, o príncipe dos demônios.
68. Aqui vemos com toda clareza que as bestas lovainenses simplesmente rejeitaram a religião cristã e que são em seu coração uns perdidíssimos pagãos.
69. Uma coisa apenas eles fazem bem feito, é que uma vez rejeitando a Cristo, para não serem ateus por completo, inventam novos deuses, invocam aos mortos, sem importar-lhes que sejam santo, ou não.
70. Não lhes intimida que por justo juízo de Deus – cuja palavra despreciam e blasfemam – cada povo terá os deuses que mereça;
71. De forma que podem ser ridicularizados como o fez Elias: “Gritem mais, pois talvez lhes atendam; são deuses, estão tagarelando, terão algum assunto ou por acaso estão de viagem, ou talvez, dormindo.”[18]
72. Com que grosseria e com que infâmia eterna vocês desfiguram o nome claríssimo e o tempo do imperador Carlos, príncipe de tantos povos, ao querer insinuar que confirmaram estas suas sacrílegas e satânicas monstruosidades!
73. Não compete aos reis, ou príncipes confirmar a doutrina verdadeira, senão que submeterem-se a ela e servi-la, como declara o Salmo 2: “E agora, reis, escutem: aprendam, juízes da terra.”[19]
74. Muito menos será sua competência confirmar ou defender os dogmas ímpios, blasfemos, idólatras; pelo contrário, terão que combater e condena-los com a igreja.
75. Portanto, meu irmão cristão, por este exemplo misérrimo dos [teólogos] de Lovaina, aprenda a desconfiar da doutrina dos homens e atender com mais diligência às Sagradas Escrituras.

Declarei estas teses, e com a ajuda de Deus, direi muitas outras coisas.[20]


NOTAS:
[1] Os teólogos da Universidade Católica de Lovaina [em francês Université Catholique de Louvain] está na cidade de Lovaina, na Bélgica, fundada em 1425. O próprio brasão desta instituição ostenta a insígnia em latim Universitas Catholica Louvainensis sedes sapientiae [a Universidade Católica de Lovaina é a sede do saber]. Toda a cidade, ainda hoje, se estrutura em torno desta universidade. As 32 Teses de Lovaina podem ser lidas na edição alemã das obras de Lutero da WA 54, 416-422 e as 75 teses refutando estão na WA 54, 425-443. Nota do tradutor.
[2] Esta nota introdutória foi escrita por Teófanes Egido. Nota do tradutor.
[3] Martinho Lutero, “Debate para o esclarecimento do valor das indulgências” in: Obras Selecionadas (São Leopoldo/Porto Alegre, Editora Sinodal & Concórdia Editora, 1987), vol. 1, pp. 21-29. Também publicado em Martinho Lutero, Pelo evangelho de Cristo (Porto Alegre/São Leopoldo, Concórdia Editora Ltda & Editora Sinodal, 1984), pp. 33-43. Comumente conhecidas como As 95 Teses. Nota do tradutor.
[4] Este historiador católico nota que “a faculdade teológica de Lovaina, em Março de 1545, desejando prevenir aos pregadores populares contras as doutrinas dos inovadores, publicou, com aprovação de Carlos V, uma série de teses católicas acerca dos sacramentos, da fé, do pecado original, o livre arbítrio, a justificação, a missa, o primado romano, o culto dos santos. Foram redigidas em latim, francês e neerlandês.” Ricardo García-Villosalada, Martín Lutero – En lucha contra Roma (Madrid, Biblioteca de Autores Cristianos, 2008), vol. 2, p. 553. Nota do tradutor.
[5] Lucien Febvre elucida quanto às obras de Lutero escrevendo que “existem sete edições. Na prática, atualmente só contam as duas últimas, ditas de Erlangen e de Weimar. A edição de Erlangen, in-oitavo, a mais difundida, compreende: a) 67 volumes de obras em alemão [...]; b) 33 volumes de obras em latim [...]. A edição de Weimar, Dr M. Luthers Werke, Kritische Gesamtausgabe, v.I, 1883, vai comportar cerca de 80 volumes in-quarto. Cara, de difícil manejo (falta de índices parciais, índices gerais ainda não estabelecidos), ainda é pouco difundida fora da Alemanha. Confiadas a especialistas, as obras se apresentam em ordem cronológica. Lucien Lebvre, Martinho Lutero, um destino (São Paulo, Editora Três Estrelas, 2012), pp. 345-346. Nota do tradutor.
[6] Os embates com os teólogos de Lovaina tiveram origem bem cedo. Estes teólogos católicos em 7 de Novembro de 1519, condenaram 26 de suas 95 teses, declarando serem elas “asserções falsas, escandalosas, heréticas e heresias palpáveis.” Marc Lienhard, Martim Lutero – tempo, vida e mensagem (São Leopoldo, Editora Sinodal, 1998), p. 66. Em 1520, em resposta a censura sentenciada por Lovaina, ele escreve a Responsio Lutheriana ad condemnationem per Magistros Nostros Lovainienses et Colonienses factam [Resposta de Lutero às condenações feitas pelos Nossos Mestres de Lovaina e da Colônia] (WA 6, 181-195). Nota do tradutor.
[7] Título acrescentado. Estas teses estão entre os últimos escritos de Lutero. A crítica comumente feita, e possuí algum nível de verdade, é que ele foi mais agressivo do que instrutivo. Neste texto o reformador alemão, não oferece nenhum insight teológico novo, nem refuta com elaborados argumentos teológicos as teses dos teólogos de Lovaina, em geral, mantém a aspereza e expressões de ofensa ad hominem. Entretanto, deve-se considerar o método de argumentar por meio de teses, comum naqueles dias, e que tinham o propósito de resumir e denunciar doutrinas, para que fossem debatidas oportunamente. Quanto à linguagem, é fato, que Lutero a usava de modo grosseiro e ofensivo, em parte, devido ao seu temperamento, entretanto, também por causa do seu zelo pela Escritura. Nota do tradutor.
[8] Para completar e tornar a afirmação da tese mais clara foi necessário o acréscimo de algumas palavras. Todavia, os acréscimos estão identificados entre colchetes, e podem ser avaliados, se fazem justiça à sentença, realmente transmitindo a ideia do reformador. Nota do tradutor.
[9] Conforme Tt 1:14. Nota de Teófanes Egido.
[10] Aqui Lutero responde à objeção anabatista que negava a validade do batismo, condicionando-a à piedade pessoal do ministrante. Ele levanta uma discussão que perduraria até o século XVII. Os teólogos de Westminster, respondendo acerca da dignidade do ministrante do batismo, declararam que “a graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados, não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual, juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que dignamente o recebem (Rm 2:28-29; 1 Pe 3:21; Mt 3:11; 1 Co 12:13; Lc 22:19-20; 1 Co 11:26).” Veja em Confissão de Fé de Westminster XXVII.3. Nota do tradutor.
[11] Conforme Rm 3:15. Nota de Teófanes Egido.
[12] Comment. in Matthaeum, lib. 4, cap. 23 (ML 26, 73). Nota de Teófanes Egido.
[13] Epistolae, 82, cap. 1 (ML 33, 277). Nota de Teófanes Egido.
[14] Lutero ataca aos que não coincidem com ele na interpretação da presença de Cristo na eucaristia, preferencialmente, aos protestantes do círculo de Zwingli. Nota de Teófanes Egido.
[15] Conforme 1 Co 12:4. Nota de Teófanes Egido.
[16] Marcolfo ou Marculfo, monge francês, autor de formulários diplomáticos. Também na idade média era conhecido por este nome um suposto bobo da corte de Salomão. Lutero se refere ao autor de Speculum, mas, a sua estranha identificação se encontra numa dose de ironia. Nota de Teófanes Egido.
[17] Conforme Sl 72:12. Nota de Teófanes Egido.
[18] Conforme 1 Rs 18:27. Nota de Teófanes Egido.
[19] Conforme Sl 2:10. Nota de Teófanes Egido.
[20] Lutero rascunhou outra resposta aos teólogos de Lovaina sob o título de Contra os asinos Parisienses Lovainiensesque [Contra os asnos de Paris e de Lovaina] (WA 54, 447-458). Um mês antes de sua morte, em 16 de Janeiro de 1546, Lutero escreve a Amsdorf “ego exerceo me scribendo contra asinos parisienses lovanienses ” [eu pratico a minha escrita contra os asnos parisienses e lovainenses]. Todavia, o texto infelizmente ficou incompleto. Ricardo García-Villosalada, Martín Lutero – En lucha contra Roma, vol. 2, p. 553. Nota do tradutor.


Extraído de Teófanes Egido, org., Lutero – Obras (Salamanca, Ediciones Síguime, 4ª ed., 2006), pp. 358-363.

Esta tradução dedico respeitosamente ao Rev. Renato Hoerlle, um fiel ministro, que zela pela ortodoxia luterana e pelo pastoreio das ovelhas sob seu cuidado.

Tradução e notas em 13 de Fevereiro de 2014.
Rev. Ewerton B. Tokashiki
Pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Porto Velho
Professor de Teologia Sistemática do SPBC-RO.

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